Do Minority Report à atualidade (real)

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Em 2002 Tom Cruise manipulava imagens no ar no filme Minority Report. Agora existe o Microsoft Hololens, em que se pode fazer exatamente o mesmo. No Transformers, de 2007, robôs enormes, independentes, andavam e falavam entre si. Agora é a vez da Boston Robotics dar vida a esse cenário com robôs que conseguem fazer um salto à retaguarda em cima de uma caixa. Muito está acontecer no campo da conectividade, e foi com estas ilustrações que Jon Guinness, portfolio manager da Fidelity International, quis lembrar os presentes de como a evolução no campo da tecnologia tem sido rápida... E muitas vezes nem nos damos por isso.

Com uma assistência que encheu uma sala da Gulbenkian, o especialista quis passar a mensagem de porque é que faz sentido, nesta fase, investir em conectividade. “Em primeiro lugar há que referir que a atividade de consumo está a mover-se do offline para o online, e do online está a mover-se para os dispositivos móveis. Esta tendência está a acelerar-se devido à combinação da capacidade computacional emcloud com a fibra ótica e com a conectividade 5G. Tratam-se de tendências robustas, que estão a causar muita inovação, mas também muita disrupção e, por isso, existem muitos vencedores e perdedores ao nível das empresas. A melhor forma de investir nesta tendência é compreendendo os modelos de negócio e a tecnologia”, introduziu. 

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Um bom exemplo de mudança teve os seus reflexos no período entre 2012 e 2020 com o aparecimento do 4G há oito anos. No gráfico acima é possível verificar que entre 2011 e 2012 a venda de dispositivos móveis disparou, o que, diz o gestor, teve que ver com “a velocidade mais rápida disponível”. Prognostica, nesse sentido, que com o 5G à porta em 2020 “existirá um novo salto no tempo que passamos nos dispositivos móveis”. Aguça a nossa curiosidade dizendo que “o 5G será 20 vezes mais rápido do que o 4G”, e que “em 10 segundos seremos capazes de fazer o download de um filme completo em HD”.

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Uma mudança quase de paradigma, já que a questão “o que é que eu consigo fazer com o meu dispositivo móvel?” quase que deixa de existir.  “Com a capacidade computacional emcloud combinada com a conectividade mais rápida dos dispositivos móveis, não existirão mais limites àquilo que se pode fazer no mobile”, prevê.

No fundo Fidelity Funds – Global Communications Fund estão refletidas três tendências que incorporam o já referido… Mas não só. 

Mobile Gaming

A força do 5G impulsiona também os jogos nos dispositivos móveis, e essa tendência é seguida pela equipa da Fidelity. Nesta área dão especial atenção ao facto dos jogos online estarem a mover-se para a cloud, e a usar estruturas de 5G muito mais rápidas. “O poder, neste âmbito, está a mover-se da playstation para a cloud”, referiu Jon Guinness.

Entra na equação da mudança a velocidade mais rápida nos dispositivos móveis. “O modelo de negócio está a evoluir para um modelo grátis, o que significa que a barreira de entrada existente para alguém que queira jogar um determinado jogo com elevada qualidade tem-se vindo a esbater. Acreditamos que o número de jogadores deste universo irá crescer dos 2 mil milhões para os 5 mil milhões nos próximos 10 anos. Esta é a razão pela qual estamos a ver algumas parcerias entre empresas, como por exemplo a Google com a Google Stadia Streaming. Existe uma grande oportunidade pronta a explorar”, avisa o especialista.

Publicidade em serviços de video on demand

“Para já a Netflix não tem publicidade, mas sabe tudo sobre nós”, começou por referir, prevendo que “à medida que o conteúdo se mova da televisão “normal” para o mobile, existirá publicidade em serviços de video on demand, e plataformas como  a Netflix irão pagar  determinada publicidade e irão saber tudo sobre nós”. O movimento já está acontecer, avisa o especialista, referindo que a Amazon ou a Apple já estão nessa incursão.

A música a tornar-se digital

A última tendência que entra no radar do fundo tem a ver com a música a tornar-se digital. “Tudo o que foi criado em termos de música está no bolso das pessoas”, e o  download passou a ser um processo fora de moda. “As pessoas fazem subscrições no Spotify, Apple Music, etc”, releva.