Dívida: as perspetivas para o 2.º trimestre da equipa de research do BiG

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F.Facini, Flickr, Creative Commons

Em mais um trabalho realizado pela equipa de research do BiG, a entidade proporciona indicações sobre o segundo trimestre do ano, nomeadamente acerca das perspetivas para cada uma das classes de ativos. Comecemos hoje pelo segmento de dívida.

Relativamente ao mercado de dívida core, a entidade salienta que “a inclinação das curvas soberanas observaram um movimento assimétrico desde o início do ano”. A curva norte-americana em específico registou, segundo a entidade, “um movimento razoavelmente paralelo”, ao passo que a curva alemã registou um “movimento menos expressivo”, embora o yield pick-up tenha tido “maior incidência nas maturidades longas”. O diferencial de taxas entre EUA e Alemanha, dizem, fixou novos máximos, deixando de existir “poder preditivo sobre o câmbio”. A perspetiva da entidade é de que embora a tendência do dólar fraco se mantenha no curto prazo, “este nível de diferencial de taxas restringe valorizações expressivas do Euro no longo prazo”.

Na periferia europeia, do BiG entendem que “o final próximo da política monetária ultra expansionista pelo BCE” ainda não se traduziu “num risco mais elevado registado pela dívida dos países da periferia”. São da opinião de que o valor relativo da dívida italiana (estimado em 28 pontos base) é evidenciado pela “correlação entre spread de rating médio por parte das três grandes agências e a respetiva taxa de juro com a maturidade de 10 anos”. No caso de Portugal e Espanha o valor relativo é estimado em 14 e 15 pontos base, respetivamente, acima dos seus níveis atuais. Quando o ruído sobre Itália se suavizar, a entidade está convicta de que, no médio prazo, “os custos da dívida italiana e da portuguesa se alinhem”.

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High yield EUA vs europeu

Tempo também para fazer um contraste entre a dívida corporate dos EUA e da Europa. A equipa de research do BiG lembra que o pick up da taxa de retorno do high yield nos EUA no primeiro trimestre deste ano se ficou a dever “exclusivamente à subida das taxas de juro sem risco”. Sublinham que “os receios em torno do eventual sobreaquecimento e/ou proximidade crescente do final do ciclo de expansão da economia americana acaba por enfatizar os riscos crescentes do segmento high yield no médio prazo”.

O caso de muda de figura quando o assunto é o recente pick up da taxa de retorno do segmento high yield europeu, pois este “foi acoplado pelo retracement das yields sem risco alemãs (valorização em preço) na mesma maturidade, cristalizando um clássico movimento de risk-off”. O segmento de high yield europeu é, na perspetiva da entidade, “o menos atrativo no que concerne ao investimento em dívida soberana e/ou corporativa no espaço europeu e norte-americano”. A projeção da casa é de que o retorno médio do segmento HY Europa se situe junto dos 4,3%, o que compara com os 3% em que está o valor atual”.