Desvanecem-se as barreiras entre mercados emergentes, fronteira ou desenvolvidos

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Nuno Coimbra

“Temos denotado uma melhoria na liquidez e na transparência  de muitas das ações dos mercados fronteira”. É com esta afirmação que Mark Mobius, o guru da Franklin Templeton Investments, começa o último post  do seu blog, que analisa alguma distorção nas tradicionais classificações das várias designações dos mercados.

Fazendo uso da sua vasta experiência em visitas de empresas, refere  que cada vez mais tem encontrado “empresas cotadas em bolsas de mercados desenvolvidos que, na verdade, têm a maioria das operações do seu negócio, as vendas ou os lucros, gerados a partir de mercados emergentes ou nos mercados fronteira”. Ao mesmo tempo que esta tendência se afigura, o movimento contrário também ganha peso com “um número crescente de empresas de mercados emergentes a adquirirem negócios de mercados desenvolvidos, tornando-se verdadeiras multinacionais”.

Perante estas tendências, na opinião de Mark Mobius “a adequação das ações de mercados fronteira e até dos mercados desenvolvidos pode ser usada para acrescentar valor ao que os investidores tradicionalmente classificam de carteiras de mercados emergentes”.

Cada vez mais crente nos fronteira

Contrariando várias vozes que sempre se levantaram a desfavor dos mercados fronteira, o guru fala do “particular interesse que tem apreciado nestas regiões à medida que se foi apercebendo que muitos destes mercados têm um bom potencial de crescimento”. A suportar as boas perspetivas económicas estão ainda “os esforços dos governos em implementar reformas”.

“Um número considerável de ações individuais pertencentes aos mercados fronteira já têm uma capitalização e um volume de negócio que se pode posicionar confortavelmente a par de homólogas de  mercados emergentes”, analisa.

Neste sentido, o especialista vê uma espécie de nebulosa nas classificações dos mercados. “As barreiras nem sempre são simples, dependem das métricas usadas nas classificações. Por exemplo, a Coreia do Sul é atualmente classificada por um fornecedor de índices como emergente e noutro como pertencente aos mercados desenvolvidos”.