De que modo evoluiu a alocação dos fundos perfilados mais defensivos em março?

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Março foi um mês de aversão ao risco, correções e volatilidade nos mercados impulsionados pela subida drástica da propagação do coronavírus na Europa. “O primeiro trimestre ficou marcado por um ambiente de aversão ao risco resultante dos receios quanto ao impacto económico da propagação do surto de coronavírus, o que se refletiu num aumento da volatilidade nos mercados financeiros e num desempenho marcadamente negativo dos ativos de risco”, explica o gestor do BPI Reforma Obrigações PPR/OICVM.

Colocámos sob o microscópio os fundos perfilados mais defensivos para perceber de que modo evoluiu a alocação destes produtos num mês tão turbulento como o de março. Como habitualmente, esta análise foca-se nas classes de ativos e geografias das carteiras médias dos produtos, através de dados da Morningstar de março de 2020.

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“No mês, os índices de ações europeias fecharam bem negativos (Eurostoxx 50 -16,3%), as praças americanas seguiram a mesma tendência (S&P500 -12,5%) assim como, os mercados emergentes (MSCI Emerging -15,6%)”, explicam os gestores das duas gamas de fundos perfilados da Optimize IP.

Porém, todas as equipas de gestão destes fundos optaram por aumentar a exposição a ações, o que talvez se justifique graças à rápida atuação das autoridades fiscais e monetárias que, como indica Pedro Vieira, gestor da IMGA, tinham “o objetivo de estabilizar os mercados e criar condições para o impacto do vírus na economia ser limitado”.

Em suma, o que se verificou em março foi uma subida da alocação a ações (+2,04%) e uma diminuição da exposição a obrigações (-0,86%) e a liquidez (-1,35%).

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No caso da alocação geográfica da componente acionista apenas se registou uma descida do peso das ações da América do Norte.

O Santander Select Defensivo foi um dos fundos que mais contribuiu para esta descida na média. Stefano Amato, gestor do fundo, conta que apesar de terem aumentado a média de ações na carteira do fundo, reduziram “a exposição a ações dos EUA, por se recear que as medidas de apoio anunciadas não sejam suficientes para apoiar a economia do país”.

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Na Optimize IP explicam que no segmento das obrigações, “o pânico dos investidores também atingiu com força a generalidade das emissões, apresentando performances bem negativas, especialmente na categoria High Yield”.

Como se pode observar no gráfico acima, foi registada uma diminuição média de 3,50% da alocação as obrigações corporativas no mês em análise em favor da dívida pública, num mês em que os spreads da periferia europeia aumentaram significativamente.

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Ao examinarmos o gráfico referente à alocação geográfica da componente obrigacionista, podemos perceber que os valores se mantiveram idênticos a fevereiro. Contudo, foram registadas descidas na exposição a todas as geografias, exceto à Ásia Desenvolvida, cuja exposição aumentou em 0,3%.