Dados de crescimento na Europa: quem desapontou e quem surpreendeu positivamente?

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Mmbace, Flickr, Creative Commons

Os últimos dados sobre a performance da economia europeia acarretam alguma surpresas, e ficam claramente marcados pela “sombra” grega que pairou no segundo trimestre do ano. Da Schroders, Azad Zangana, senior european Economist & Strategist da Schroders, considera que “apesar do crescimento económico da Zona Euro ter abrandado no segundo trimestre, continuamos à espera de uma aceleração na segunda metade do ano, com a corrente queda dos preços do petróleo a potenciar o aumento do poder de compra dos agregados familiares”. A última análise sobre a Europa mostra que o crescimento económico da região caiu para 0,3%, comparando com os 0,4% do início do ano.

França e Itália abaixo das expectativas 

Uma das grandes surpresas desta ronda de dados veio da França, que a Shroders apelida mesmo de “maior decepção”, pois “a recuperação do primeiro trimestre do ano acabou por ser boa demais para durar”. No período a economia francesa estagnou, em comparação com o crescimento de 0,7% no primeiro trimestre. “Uma procura interna bastante mais fraca foi resgatada pela aceleração no crescimento das exportações”, diz Azad Zangana, para quem a informação mais decepcionante teve que ver com “contínua recessão no investimento”, cuja queda já acontece há seis trimestres.

No campo das desilusões entra também a Itália, falhando o consenso de crescimento de 0,3% nos três meses referidos. Na análise da gestora internacional, “a produção industrial recuperou razoavelmente bem no segundo trimestre, bem como as vendas de retalho”, contudo, “a economia italiana continua a lutar contra a rigidez doméstica e contra o crescente cenário de competitividade internacional”.

Numa espécie de “meio caminho” ficou a Alemanha. Embora o consenso estimasse um crescimento do PIB de 0,5%, o atual crescimento de 0,4% apenas representa uma “ligeira descida”, dizem da entidade. Apesar da produção industrial ter fraquejado, “o sector dos serviços, impulsionado por um aumento das vendas de retalho, ajudou a manter o crescimento estável em termos agregados”.

Grande surpresa: Grécia 

A surpreender pela positiva esteve a Grécia, e é o foco de atenções da comunicação social nesta divulgação de dados. O país “superou as expectativas com o seu estado pós crise a alcançar uma milagrosa taxa de crescimento de 0,8%”, salientam da Schroders. Mas cautelosamente afirmam que “o impacto negativo poderá ainda ganhar forma no terceiro trimestre”.

Da Península Ibérica as notícias também foram animadoras. Espanha mostrou “mais um forte trimestre com um crescimento de 1%”, e Portugal deu evidencias de outro trimestre sólido, com 0,4% de crescimento, valor inalterado pelo terceiro trimestre”.