Da diversificação dos investidores ao branding dos emitentes: os incentivos à emissão de obrigações sustentáveis

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As emissões de obrigações sustentáveis representam atualmente uma percentagem ainda reduzida das emissões totais de dívida (2%). Uma “pequenez” demonstrada pela CMVM  no seu último relatório sobre os mercados de valores mobiliários, referente a 2019, onde o regulador denota, contudo, que “este segmento teve um grande dinamismo em termos de inovação de produtos, de diversidade de emitentes e de cobertura geográfica”.

Para além da urgência em contribuir para resolver o problema da insustentabilidade do modelo económico atual, a CMVM acredita que o crescimento deste tipo de obrigações tem sido impulsionado por fatores como “a divulgação de princípios e padrões para a emissão, a avaliação, a gestão e o reporte das obrigações sustentáveis e a incorporação dos fatores ESG nas notações de risco de crédito”. Outros incentivos adicionais surgem também, detalha a CMVM, falando da “diversificação dos investidores, a possível diminuição do custo do capital em resultado de uma procura acrescida por este tipo de dívida e motivos associados ao branding e imagem dos emitentes”.

EUA, França e China lideram em obrigações verdes

No mundo, o crescimento das emissões de obrigações verdes avança. Neste documento, a CMVM indica que “as emissões de obrigações verdes, sociais e sustentáveis atingiram 321 mil milhões de dólares em 2019, o que corresponde a um crescimento de 52% face ao ano anterior”. Entre os três tipos de emissões, são as emissões de obrigações verdes, que marcaram o início deste mercado, que continuaram a assumir um papel de relevo, ressalva o regulador.

Em termos geográficos, os três países que lideraram as emissões de obrigações verdes pelo terceiro ano consecutivo foram os EUA, a França e a China. No segmento de obrigações sociais, os maiores valores emitidos ocorreram na França, no Japão e na Holanda, e no segmento de obrigações sustentáveis a liderança foi da Coreia do Sul, Alemanha e Espanha. As emissões em euros continuaram a ser preponderantes.