Custo do financiamento volta a cair

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Cedida

O custo de financiamento do Estado português voltou a reduzir-se, face ao valor apresentado no último leilão equivalente. No leilão realizado hoje foram emitidos Bilhetes do Tesouro (BT) a 9 e a 12 meses, totalizando 1.250 milhões de euros.

A emissão no prazo mais curto teve uma taxa de 0,487% e conseguiu colocar 325 milhões de euros, num processo que teve uma procura de quatro vezes superior à oferta. Já no prazo mais longo a taxa de juro utilizada foi de 0,597%, menos do que os 0,602% que foi utilizada há menos de um mês, e foi colocado os restantes 925 milhões de euros.

 

Para Filipe Silva, Diretor da Gestão de Activos do Banco Carregosa, “a República conseguiu voltar a  emitir a taxas mais baixas que as anteriores. O maior impacto direto desta descida de taxas há de verificar-se nas taxas da dívida das empresas, o que já tem vindo a acontecer. Taxas mais baixas na dívida soberana implicam taxas mais baixas na economia real, o que é sempre positivo. E esse efeito é direto, há uma espécie de indexação entre a dívida pública e a privada.  Por outro lado, em termos europeus, o binómio risco/retorno da dívida de curto prazo portuguesa é das mais atrativas. A Alemanha paga 0,10% pela dívida a 9 meses. Portugal paga 0,48%, o que atrai mais interessados em investir na nossa dívida.”

 

Para Vasco Teles, da ESAF, “O resultado do leilão de bilhetes de tesouro mostrou-se positivo, com a procura dos investidores a superar a oferta deste produto por parte do tesouro Português. Este movimento, tem ocorrido ao longo de toda a curva nacional, com as taxas no mercado secundário a aproximarem-se dos valores a que os restantes países periféricos transaccionam, em particular, Espanha e Itália. Este movimento resulta, por um lado, das melhores perspectivas dos analistas em relação à qualidade do crédito nacional mas, também, do discurso por parte do Banco Central Europeu que tem vindo a suportar a compressão dos spreads entre os vários governos Europeus".