Curtos no yen vs longos no dólar: o que pensa a Franklin Templeton

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theriver, Flickr, Creative Commons

Esperamos que o yen japonês desvalorize, porque a relação yen vs dólar é uma das áreas onde estamos a tentar adicionar alpha. Uma das componentes core na nossa estratégia ao nível da moeda é estar longos no dólar norte-americano e curtos no yen japonês” – esta é uma das estratégias em que a Franklin Templeton Investments acredita, e que está expressa num dos seus habituais updates informativos. 

No entanto a entidade avisa que esta posição não é nova. “Os nossos fundos de obrigações globais e emergentes há vários anos que têm posições curtas em yenes” E porquê esta posição? Após 30 anos de subidas no mercado de obrigações, “os nossos fundos já estão há algum tempo posicionados para um contexto de subidas generalizadas das taxas, que é como quem diz subidas generalizadas  das rentabilidades das obrigações”. 

Um produto que é exemplo das posições curtas e longas assumidas é o Templeton Global Fund, gerido por Michael Hasenstab. No produto com 38 mil milhões de euros sob gestão, as posições em dólar americano são atualmente as dominantes, sendo que 61% do fundo apresenta exposição ao mercado norte-americano. “Isto compara com a subponderação no yen japonês, onde o gestor utiliza derivados e outros instrumentos que asseguram uma exposição de -24,9%”, diz o gestor. 

E qual a razão apresentada pela entidade para estarem curtos no yen e longos no dólar? 

Gráfico da rentabilidade dos títulos do tesouro norte-americano em relação à taxa de câmbio USD/Yen

Para a Franklin Templeton Investments “num contexto de subidas de rentabilidades em obrigações, pela flexibilidade e capacidade de reação da economia Americana, e consequentemente por causa da escassa flexibilidade ou rigidez da economia japonesa, as rentabilidades dos títulos de tesouro norte-americano subiram primeiro ao nível da rentabilidade e com maior velocidade  do que os títulos japoneses. Neste cenário, à medida que se amplia o diferencial de rentabilidade, ativam-se as estratégias de Carry Trade”, dizem. Outros produtos da entidade que também estão curtos no yen são o Templeton Global Total Return, o Templeton Emerging Markets Bond e o Templeton Asian Bond. 

Japão a tentar gerar inflação

Precisamente um dos temas que mais medo provocaram nos investidores no último ano foi o Tapering e a possível redução da liquidez global, da qual os mercados emergentes se alimentaram nos últimos anos. Na Franklin Templeton sublinham que sempre defenderam que “a liquidez global continua a crescer”, sendo que o que aconteceu foi apenas uma “redução de compras de obrigações por parte da Fed”. No entanto, alertado é o facto do Japão “estar a embarcar num plano agressivo para tentar gerar inflação”.

Para finalizar, e resumindo a sua estratégia ao nível das obrigações, a gestora norte-americana reforça que nesta área procuram “títulos de países que ofereçam rentabilidades atrativas”. No caso desses países terem fundamentais sólidos “compramos em divisa local (para beneficiarmos de possíveis revalorizações)”. No que concerne ao risco de duração (risco de subidas de rentabilidades) a entidade indica que investem em obrigações com durações curtas, implementando esta estratégia curta no yen vs longa no dólar.