Cristina Arouca (CBRE): “Até 2030, os edifícios serão alvo de uma verdadeira revolução tecnológica e até ideológica”

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A CBRE analisa as 10 grandes tendências do sector imobiliário para a próxima década no Global Outlook 2030 - The Age of Responsive Real Estate.  O estudo assinala que o mercado de trabalho até 2030 será mais fluído, em alternativa ao fixo, “desbloqueando a produtividade, crescimento e criatividade. Até 2030, e pela primeira vez na História, quatro gerações ocuparão o local de trabalho simultaneamente, desde os Baby Boomers - nascidos entre 1945-1964 – à geração Z, que nunca conheceu um mundo sem tecnologia, e é responsável por 1/3 da força de trabalho, trazendo específicos desafios às empresas”.

A entidade consultora destaca também que os próximos dez anos vão ser marcados pela “Hotelização” do mercado imobiliário. Referem-se, especificamente, à reinvenção do residencial, do retalho e dos espaços de trabalho “com base nos princípios da hospitalidade e hotelaria. O retalho será ainda alvo de uma verdadeira revolução pautada pela convergência entre o comércio online e redefinição do significado da palavra “loja”. Nesta senda rumo a 2030 vão surgir novas geografias no radar das “Boomtowns”, ou seja, cidades com um aumento repentino de dimensão e atividade económica”.

Ao nível do investimento, 2030 será pautado pela ascensão das máquinas, segundo a CBRE. “A inteligência artificial vai permitir o advento de PropTech – empresas tecnológicas no sector imobiliário -, revolucionando a maneira como os imóveis são avaliados, comprados, vendidos e geridos. As residências multifamiliares vão pautar os investimentos da próxima década e, pela primeira vez um quarto dos investidores a nível mundial apontaram o sector residencial como o perfil de ativo eleito, superando os escritórios. Várias tendências económicas, tecnológicas e demográficas apontam ainda a região Ásia-Pacífico como a melhor posicionada para estar na vanguarda da economia global até 2030”.

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A diretora de Research da CBRE Portugal, Cristina Arouca, salienta que “Até 2030, os edifícios serão alvo de uma verdadeira revolução tecnológica e até ideológica, tendo impacto direto na forma que os mesmos são utilizados e negociados. Inovações como inteligência artificial (IA), carros autónomos, a última geração de telemóveis na nossa mão, a aceleração da informação, comércio eletrónico a disparar, a força de trabalho da Geração Z daqui a dez anos e até mesmo o impacto pós-Coronavírus, o chamado New Normal, terão uma enorme influência na recalibração da nossa cultura, negócios e política. Se este era o caminho que estava a ser desenhado, agora, mais do que nunca será acelerado”.