Crescimento do PIB acelera 0,5% no terceiro trimestre de 2017

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panomane, Flickr, Creative Commons

O terceiro trimestre deste ano foi marcado por uma “aceleração moderada do crescimento do PIB”, na ordem dos 0,5%, explica o BBVA Research. Segundo a entidade, esta estimativa resulta de “novos impulsos do investimento e da boa situação, tanto das exportações como do turismo, que seriam parcialmente compensados por um comportamento menos positivo do consumo privado e do aumento das importações”.

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Em comparação com os valores registados no segundo trimestre, no que diz respeito às vendas de retalho, verificou-se uma ligeira desaceleração, embora ainda com crescimentos consideráveis. O mesmo aconteceu com a evolução da confiança do consumidor, mas no caso do indicador coincidente de consumo privado registou-se um abrandamento do seu ritmo de melhoria. Em contrapartida, “o investimento assume o impulso que o consumo perde”, pois na maquinaria e equipamento o crescimento acelerou, segundo os dados do Índice de Produção Industrial (IPI). Em julho e agosto registou-se um avanço superior a 20%, na média dos dois meses, o que duplicou os registos dos meses anteriores.

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Contudo, o BBVA Research relembra que é necessário ter em conta que “o investimento vem de um longo período de debilidade. Com efeito, a confiança industrial, embora em terreno positivo, não melhorou nos últimos meses”. O impulso verificou-se nas novas operações de financiamento, tanto a empresas em montantes inferiores a um milhão de euros, como a famílias, que mostraram avanços em termos interanuais.

O setor das exportações manteve o dinamismo registado no trimestre anterior, tendo as vendas nominais de bens para o estrangeiro acelerado o ritmo, provocado pelos bens de capital e industriais e pelas exportações destinadas à América e à Alemanha. O setor turístico continua a mostrar força, com o número de viajantes e de dormidas a aumentar durante estes meses.

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Menos positivo é o cenário ao nível do emprego, que registou em agosto um retrocesso de 0,1% e um aumento do desemprego de 0,4%, o primeiro aumento do número de desempregados desde fevereiro de 2016. Contudo, a taxa de desemprego manteve-se em 8,9%.

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As previsões do BBVA Research vão no sentido de que o emprego continue a avançar e a melhorar o rendimento disponível das famílias, tal como “a continuação de uma política monetária lassa”. Referem também que “a incerteza quanto à política económica continua a baixar”, provada pelos diferentes indicadores de confiança, como o recente melhoramento da perceção de solvência da economia portuguesa.

Preveem ainda que “a boa situação internacional e do comércio mundial, assim como as previsões positivas de crescimento para Europa e Espanha, continuarão a apoiar as vendas para o estrangeiro de bens e serviços portugueses”.