Consumo na China: tendências que os investidores devem ter em conta

SarahLin
-

(TRIBUNA de Sarah Liu, responsável pela análise de ações chinesas classe A da Schroders. Comentário patrocinado pela Schroders.)

Apesar dos recentes avanços em relação à vacina, o mundo continua a tentar conter a propagação da Covid-19. Por sua vez, a China é um dos poucos países que está a conseguir voltar a recuperar a normalidade. Foram levantadas as restrições à circulação e o sistema de testes e rastreios do Governo tem demonstrado atá agora a sua eficácia para conter novos surtos. Como resultado disso, as lojas, restaurantes e outros serviços puderam reabrir as suas portas e os consumidores recuperaram a confiança. Isto leva-nos a pensar que as perspetivas para o setor de consumo da China são sólidas.

Atualmente, o consumo privado representa cerca de 39% do PIB, mas este peso continua a ser relativamente baixo em comparação com outras grandes economias mundiais como os Estados Unidos (68%), Japão (55%) ou a Zona Euro (54%). Não obstante, esperamos que esta percentagem vá aumentando à medida que continua a transição de um modelo de crescimento económico impulsionado pelo investimento para um impulsionado pelo consumo.

Quais são as principais tendências do consumidor chinês?

Por um lado, o comércio eletrónico está a expandir-se cada vez mais rapidamente e está previsto que esta tendência se mantenha no longo prazo. Cada vez são mais as empresas que tentam integrar os seus serviços online e offline. Isto pode melhorar a eficiência da cadeia de abastecimento, já que permitiria que as existências fossem armazenadas mais perto do cliente final, reduzindo o tempo e os custos de envio.

Da mesma forma, os serviços educativos viram uma mudança no comportamento dos estudantes. Quase todos os estudantes do país passaram a receber o ensino de forma virtual, elevando a taxa de penetração para mais de 90% na primeira metade do ano. As aulas são dadas através de serviços de retransmissão em direto e espera-se que este modelo de negócio cresça significativamente este ano.

Outra tendência a ter em conta é que as empresas de consumo líderes na indústria, nacionais ou estrangeiras, estão a ganhar quota de mercado. Isto foi especialmente notável nos segmentos de eletrodomésticos, vestuário desportivo, educação e móveis para o lar. O crescimento do comércio eletrónico criou uma maior igualdade de condições no que diz respeito à disponibilidade de informação, o que permite aos consumidores conhecerem melhor os preços.

Deste modo, os novos métodos de comercialização online e os maiores orçamentos na investigação e desenvolvimento (I+D) das empresas dominantes, permitem-lhes melhorar continuamente a qualidade dos seus produtos e obter uma vantagem competitiva face às empresas mais pequenas, já que os custos não estão ao alcance de todos os concorrentes.

Também observamos que o consumo estrangeiro está a regressar à China. Nos últimos anos, o Governo chinês tomou uma série de medidas para fomentar o gasto interno e apoiar a sua indústria livre de impostos. Algumas delas fizeram com que o gasto no estrangeiro seja menos atrativo. Em 2018, por exemplo, o IVA foi reduzido de 17% para 13%. Além disso, com o turismo internacional limitado pelos encerramentos e quarentenas, registou-se uma recuperação do turismo interno, que deverá continuar à medida que a pandemia vai desaparecendo.  

Além disso, vemos que o consumo interno se está a polarizar entre bens de luxo e o mercado de massas. Por um lado, as marcas de luxo continuam a registar um forte crescimento da procura, sobretudo no setor de cosmética e automóvel. Pelo contrário, os consumidores do mercado de massas preocupam-se mais com os preços, devido especialmente às pressões económicas causadas pela pandemia.

Na Schroders vemos valor a longo prazo nestas tendências, apoiadas além disso pelo interesse do Governo chinês em reequilibrar a sua economia baseando-se num modelo mais centrado no consumo interno. Para captar as oportunidades de investimento que este cenário nos oferece, destacamos o fundo Schroder International Selection Fund China A, um fundo ativamente gerido centrado na seleção de ações domésticas (conhecidas como ações A) de aqueles setores mais expostos ao crescente consumo interno do país. Além disso, este fundo beneficiou recentemente da evolução da bolsa de valores chinesa e da melhoria dos dados económicos, que confirmam as sólidas perspetivas de recuperação da China, tal e como demonstram as suas excelentes rentabilidades. Lançado em dezembro de 2017, o fundo acumula desde o seu lançamento uma rentabilidade de 64,5% e de 44,8% desde o início do ano (dados em outubro de 2020 para a classe C de acumulação em USD), superando tanto o seu índice de referência como o seu grupo de homólogos.

Para mais informações clique aqui.