“Conhecer o cliente, conhecer o produto, conhecer a concorrência”

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Maximo Garcia

A MCH Investment Strategies nasceu em finais de 2010. Passados cerca de três anos, aquela que se apresenta como uma representante de várias gestoras internacionais, e já com atuação em Espanha e Itália, passou agora a ter também uma presença mais firme em Portugal, através desta parceria com Vasco Jesus.

Vasco Jesus, precedente da BPI Gestão de Activos, onde desempenhou, nos últimos anos, o cargo de selecionador de fundos, entra assim num projeto cujos três princípios fundamentais são: “conhecer o cliente, conhecer o produto e conhecer a concorrência”.  A estes acrescem mais cinco: “ser honesto; ser persistente de uma forma inteligente; ser convicto, na posse do produto; servir o cliente de forma árdua durante tempos difíceis e ... divertir-se!”. O reconhecimento do especialista em tais máximas foi imediato.  “Facilmente poderiam ter sido escritos por mim, e isso foi um factor muito importante na aceitação deste desafio”, refere.

Due Dilligence na escolha

Explicando que a “nova entidade traz uma panóplia das melhores sociedades gestoras e dos melhores fundos que há no mercado (especialistas no seu nicho de mercado), Vasco Jesus assinala que o processo de escolha de cada casa passa por um “rigoroso processo de due dilligence com vários anos de acompanhamento”.

Aliando o “expertise ao nível das gestoras que comercializa”, com o “know how do mercado de fundos como um todo”, a MCH Investment Strategies acrescenta como valor um “alinhamento de interesses mais integrado”. Por isso, Vasco Jesus aponta que a entidade irá dar a conhecer as casas de uma forma “estudada, directa, flexível, de fácil compreensão e com uma presença constante”.

Ponte de ligação especializada

Uma presença constante será também um ponto chave nesta nova incursão da entidade em território nacional. O novo parceiro português explica que “estando permanentemente em Lisboa” poderá estar mais presente, “e inclusive visitar sociedades gestoras portuguesas que, por questões diversas de disponibilidades, têm poucas visitas”, indica. O objectivo de Vasco Jesus é concreto: “gostaria de ser uma ponte de ligação mais especializada para estas e para todas as entidades portuguesas”. O suporte nesta parceria será feito através de uma equipa em Madrid composta por seis pessoas.

Sociedades gestoras sem aposta comercial

De salientar é também o facto das parcerias estabelecidas serem feitas com “entidades com provas dadas ao longo de vários ciclos de mercado, com processos de investimento concretos e coerentes”, mas que “não investem muito na componente comercial, especialmente no Sul da Europa, e que têm um horizonte de investimento mais de médio/longo prazo”, explica. 

Integração dos “dois lados”

Nos processos chave realizados pela MCH, o profissional destaca alguns factores que lhe parecem importantes. “Transparência e disponibilidade; acesso à informação e facilidade de acesso aos decisores; acesso rápido e eficiente à informação produzida pelos decisores; uma sistematização da informação prestada; relevância da informação prestada; flexibilidade no fornecimento de dados além da norma”, mas também “análises quantitativas que podem ser realizadas de uma forma customizada; proximidade e qualidade da Informação”.

No restante processo, mais precisamente depois da seleção das sociedades gestoras, há um importante trabalho de integração de ambas as partes. São definidas e clarificadas as componentes da parceria, e estabelecidas ligações que se pautam por premissas simples mas eficazes: “relações sólidas e de assistência mútua, comunicação fluída simples e direta, alinhamento de interesses, confiança e química, relações duradouras e de longo prazo”.

Produtos para o novo ano

Sendo 2014 um ano desafiante para os investimentos, importantes são também os produtos que a nova entidade pretende “colocar” em Portugal. Vasco Jesus assinala precisamente que são vários os pontos de interrogação em cima da mesa, e que por isso importa perceber bem quais as necessidades dos clientes. Desta feita, o especialista considera que um cliente “com maior apetência de volatilidade e/ou risco” deveria equacionar “tanto ações Europeias como ações Norte Americanas”. Já os investidores que apresentam um pouco menos de apetência para a volatilidade e/ou risco, ou então numa lógica de diversificação, as obrigações convertíveis “são algo a ter em atenção”. Para terminar, numa perspetiva de menor volatilidade, Vasco Jesus aponta as “estratégias na componente de Retorno Absoluto seja via Long Only ou Long/Short”, mas também um fundo de Retorno Absoluto através de Obrigações Convertíveis, “que fará sentido para inúmeros clientes”.

(Na foto da esquerda para a direita: Vasco Nuno Jesus (Portugal), Tasio del Castaño e Alejandro Sarrate (Fundadores), Alejandro Basterrechea e Valentina Autiero (Itália))