Confirma-se a tendência: o investidor quer fundos mistos e de obrigações e afasta-se das ações

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DavidDMuir

A indústria de gestão de fundos europeia está a crescer, embora a um ritmo muito mais lento. Segundo os dados publicados pela Lipper Thomson Reuters, os fluxos de entrada registados no sector a nível europeu tiveram, em outubro, uma significativa desaceleração.

Este travão é explicado pelas fortes saídas registadas em produtos de ações (9.300 milhões), apesar do resultado positivo da indústria em outubro com as captações líquidas a crescerem 400 milhões, graças, em grande parte, às entradas registadas em fundos de obrigações (4.400 milhões) e em fundos mistos (7.700 milhões). É uma réplica quase a papel químico do que aconteceu à indústria no mês de setembro.

As vendas concentram-se em produtos de bolsa europeia (-4.100 milhões de euros) e em fundos de ações globais (-3.326 milhões). É curioso, no entanto, que a categoria que registou as maiores entradas líquidas foi a de ações EUA (4.400 milhões). Este comportamento responde às fortes captações acumuladas por dois ETF que incidem sobre o S&P 500: o iShares Core S&P 500 UCITS ETF (1.270 milhões de euros no mês) e o Vanguard S&P 500 UCITS ETF (808 milhões). Ambos os fundos de gestão passiva, são os produtos que acumulam maiores entradas na Europa no mês de outubro. Seguem-se o M&G Optimal Income (736 milhões), o Eurizon EasyFund Flexible Beta Total Return (735 milhões) e outro produto de gestão passiva, o Lyxor UCITS ETF EuroStoxx 50 (707 milhões).

A iShares é a única entidade que consegue posicionar dois dos seus produtos entre os mais vendidos a nível europeu em outubro. Além do ETF que replica o S&P 500, a entidade também entra no top 10 com o iShares EuroStoxx 50 ETF, com captações de 517 milhões de euros. A sua “empresa mãe”, BlackRock, voltou a ser a gestora que registou maiores entradas líquidas no mês na Europa (quase 4.000 milhões), seguida da Vanguard (2.200 milhões), Pioneer Investments (1.600) e Nordea (1.445 milhões). A BlackRock é, também, a entidade que mais cresceu em volume de ativos durante os últimos doze meses (66.000 milhões de euros), deixando a larga distância entidades como a UBS Global AM (28.100 milhões), Deustche AWM (28.000 milhões), J.P.Morgan AM (27.000) milhões e ainda a M&G Investments (22.240).