Como foi a última meia década dos fundos nacionais de curto prazo?

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fotoandreabernardes, Flickr, Creative Commons

Nos últimos cinco anos, os fundos de curto prazo sofreram algumas mudanças, nomeadamente ao nível da sua denominação. Até ao final do ano passado eram conhecidos como “fundos de tesouraria”, e desde então passaram a denominar-se de ‘fundos de curto prazo’, sendo esta a categorização atribuída pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios. De acordo com a Associação, esta categoria engloba oito produtos de investimento que somam cerca de 834,5 milhões de euros em ativos sob gestão no final de agosto.  Com este valor, o segmento é o quinto maior entre as categorias de fundos mobiliários da APFIPP.

Entre os oito produtos que compõem o segmento existem dois que, nos cinco anos anteriores a 11 de setembro, conseguem registar uma rendibilidade anualizada acima de 2%: o NB Tesouraria Ativa e ainda o Popular Tesouraria.

O líder, no período em questão, é gerido pela GNB Gestão de Ativos. Na entidade, a responsável pelo produto é Tânia Pinheiro, sendo que nos últimos cinco anos o fundo regista uma rendibilidade anualizada de 2,36%. O NB Tesouraria gere mais de 105 milhões de euros e, segundo o seu prospeto, “investirá entre 50% e 85% do valor líquido global em valores mobiliários, instrumentos do mercado monetário e depósitos bancários com prazo de vencimento inferior a um ano, não podendo os depósitos bancários exceder 50% do valor líquido global”. Quase 90% da carteira está alocada a obrigações, com as corporate a representarem quase 60% do total investido. Nas cinco maiores posições em carteira, quatro são empresas, com as obrigações do BCP à cabeça, seguido da Saudacor. A única posição referente a dívida soberana, entre as cinco maiores, são títulos de dívida francesa.

No último relatório sobre o produto, referente ao mês de agosto, a gestora refere que as “perspetivas para o fundo são positivas, contudo a volatilidade deverá manter-se". Acrescenta também que "na maioria dos ativos de obrigações, as yields já permitem retornos a médio prazo interessantes. Ainda assim, os fortes dados de crescimento nos Estados Unidos podem vir a antecipar o aumento das taxas de juro americanas”.

O outro produto com mais de 2% de rendibilidade, o Popular Tesouraria, é gerido pela Popular Gestão de Activos. No período em análise o fundo atinge uma rendibilidade anualizada de 2,08% e tem mais de 15 milhões de euros em património. De acordo com a política de investimento do produto, este investe em “valores mobiliários de curto prazo e baixa volatilidade, depósitos bancários com maturidades residuais inferiores a 12 meses, e instrumentos do mercado monetário”.

Restantes com resultados assinaláveis

Além dos dois produtos já mencionados, a maior parte dos restantes fundos que compõem o segmento registam rendibilidades superiores a 1% nos últimos cinco anos. Com 1,60% de retorno são dois os produtos a assinalar: o Montepio Tesouraria e ainda o Patris Tesouraria. Seguem-se o Millennium Liquidez, e ainda do BPI Liquidez, que também se situam na casa de 1% de ganhos no período. Este último, gerido pela BPI Gestão de Activos, é o maior produto da categoria, com um património que supera os 400 milhões de euros. 

Os fundos de curto prazo nos últimos cinco anos