Nos últimos cinco anos, os fundos de curto prazo sofreram algumas mudanças, nomeadamente ao nível da sua denominação. Até ao final do ano passado eram conhecidos como “fundos de tesouraria”, e desde então passaram a denominar-se de ‘fundos de curto prazo’, sendo esta a categorização atribuída pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios. De acordo com a Associação, esta categoria engloba oito produtos de investimento que somam cerca de 834,5 milhões de euros em ativos sob gestão no final de agosto. Com este valor, o segmento é o quinto maior entre as categorias de fundos mobiliários da APFIPP.
Entre os oito produtos que compõem o segmento existem dois que, nos cinco anos anteriores a 11 de setembro, conseguem registar uma rendibilidade anualizada acima de 2%: o NB Tesouraria Ativa e ainda o Popular Tesouraria.
O líder, no período em questão, é gerido pela GNB Gestão de Ativos. Na entidade, a responsável pelo produto é Tânia Pinheiro, sendo que nos últimos cinco anos o fundo regista uma rendibilidade anualizada de 2,36%. O NB Tesouraria gere mais de 105 milhões de euros e, segundo o seu prospeto, “investirá entre 50% e 85% do valor líquido global em valores mobiliários, instrumentos do mercado monetário e depósitos bancários com prazo de vencimento inferior a um ano, não podendo os depósitos bancários exceder 50% do valor líquido global”. Quase 90% da carteira está alocada a obrigações, com as corporate a representarem quase 60% do total investido. Nas cinco maiores posições em carteira, quatro são empresas, com as obrigações do BCP à cabeça, seguido da Saudacor. A única posição referente a dívida soberana, entre as cinco maiores, são títulos de dívida francesa.
No último relatório sobre o produto, referente ao mês de agosto, a gestora refere que as “perspetivas para o fundo são positivas, contudo a volatilidade deverá manter-se". Acrescenta também que "na maioria dos ativos de obrigações, as yields já permitem retornos a médio prazo interessantes. Ainda assim, os fortes dados de crescimento nos Estados Unidos podem vir a antecipar o aumento das taxas de juro americanas”.
O outro produto com mais de 2% de rendibilidade, o Popular Tesouraria, é gerido pela Popular Gestão de Activos. No período em análise o fundo atinge uma rendibilidade anualizada de 2,08% e tem mais de 15 milhões de euros em património. De acordo com a política de investimento do produto, este investe em “valores mobiliários de curto prazo e baixa volatilidade, depósitos bancários com maturidades residuais inferiores a 12 meses, e instrumentos do mercado monetário”.
Restantes com resultados assinaláveis
Além dos dois produtos já mencionados, a maior parte dos restantes fundos que compõem o segmento registam rendibilidades superiores a 1% nos últimos cinco anos. Com 1,60% de retorno são dois os produtos a assinalar: o Montepio Tesouraria e ainda o Patris Tesouraria. Seguem-se o Millennium Liquidez, e ainda do BPI Liquidez, que também se situam na casa de 1% de ganhos no período. Este último, gerido pela BPI Gestão de Activos, é o maior produto da categoria, com um património que supera os 400 milhões de euros.
Os fundos de curto prazo nos últimos cinco anos