Como estão a ser as rentabilidade e fluxos para os grandes fundos europeus

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marco monetti, Flickr, Creative Commons

Atualmente, os dez fundos de investimento com mais património a nível europeu concentram 240.000 milhões de euros. O que mais ativos acumula é o PIMCO GIS Income, produto que este ano mostrou grande magnetismo para atrair os investidores. Dos 46.600 milhões de euros que tem em ativos, mais de metade (26.771 milhões) foram captados este ano. Trata-se de um dos casos de êxito mais conhecidos da indústria na última década. O produto foi lançado em dezembro de 2012 e, nos seus apenas cinco anos de vida, já se converteu na estratégia que mais património aglutina na Europa, a abrir caminho para superar os 50.000 milhões de ativos. Gerido por Daniel Ivascyn e Alfred Murata, trata-se de uma estratégia de obrigações flexível focada em gerar rendimentos com os quais o PIMCO conseguiu atrair muitos investidores que, no atual contexto de baixas taxas de juro, procuraram rentabilidade através deste tipo de veículos.

No caso concreto desta estratégia, é um dos fundos mais valorizados pelos selecionadores de fundos ibéricos e um dos que melhores resultados obteve por rentabilidade / risco dentro da sua categoria nos últimos três anos, qualidades que o convertem num dos 7 fundos presentes na tripla classificação da Funds People: Favorito dos Analistas, Blockbuster e Consistentes. Até agora, o produto está a conseguir oferecer aos seus participantes uma rentabilidade de 4,3%, pelo que este cenário pode voltar a ser sorridente para o PIMCO tendo em conta os duros anos vividos com a saída de Bill Gross e a perda de ativos sofrida no PIMCO Total Return. Curiosamente, cumprem-se estes dias três anos desde a sua saída. Quem tomou as rédeas do produto foram Scott Mather, Mark Kiesel e Mihir Worah, que desde então geraram uma rentabilidade anual de 3,3%, batendo em 88% os seus concorrentes dentro da categoria Morningstar.

As estratégias de rentabilidade estão a ser muito procuradas pelos investidores europeus. As captações líquidas que estão a ter os fundos com esta filosofia demonstram-no, muitos dos quais incorporam a etiqueta “income” na denominação do produto. Concretamente, referimo-nos ao M&G Optimal Income e ao JPM Global Income. O primeiro foi (e continua a ser) o navio almirante da M&G Investments. Depois de uns anos difíceis de saída de ativos, este fundo gerido por Richard Woolnough voltou a recuperar a confiança dos investidores, Entre 2015 e 2016, as dúvidas sobre a sua capacidade de gerar liquidez e continuar a oferecer bons resultados resultou em reembolsos que o fizeram perder um terço dos seus ativos. Woolnough manejou bem esta situação e foi capaz de gerar em 2016 uma rentabilidade de 7%, o que devolveu novamente confiança nesta estratégia. Este ano, as entradas líquidas rondam os 4.000 milhões.

O JPM Global Income também está a viver este ano um importante sucesso em termos de captação de dinheiro novo como de rentabilidade. No que respeita aos fluxos anuais, as entradas que estão a ser registadas neste fundo misto de rendimentos da J.P.Morgan AM movem-se em níveis muito próximos dos do Optimal Income (quase 4.000 milhões), o que voltou a situar o seu património acima dos 20.000 milhões. No que se refere à rentabilidade, esta é de 4,3% em 2017. Pior estão a ir as coisas para a Carmignac Patrimoine e à Nordea 1 – Stable Returne – em termos de captações. Ainda que a rentabilidade gerada por ambas as estratégias durante este ano seja positiva (de 0,56% e de 1,7%, respetivamente), os fluxos não estão a ter a mesma sorte. O fundo da Carmignac sofreu este ano saídas líquidas de quase 500 milhões, enquanto a Nordea, fechada a novos investidores em 2016, vai quase em 375 milhões.

No entanto, não são os produtos do top 10 que mais ativos perderam este ano. É o SLI Global Absolute Return Strategies (GARS) que lidera as saídas de dinheiro, um fundo de retorno absoluto da Aberdeen Standard Investments de que este ano se foram quase 4.000 milhões. Isto, em contrapartida, não se está a constituir como um impedimento para o produto oferecer aos seus participantes uma rentabilidade positiva de 0,8%. Mais sorte em termos de captação de dinheiro está a ter o DWS Top Dividende do Deutsche AM (atrai mais de 1.000 milhão), o Templeton Global Total Return de Michael Hasenstab (capta quase 600 milhões), o fundo sueco AP7 Aktiefond (entram quase 1.000) e, sobretudo, o AllianceBernstein Global High Yield, produto que apesar de estar a oferecer uma rentabilidade negativa desde janeiro de quase 5%, captou cerca de 4.100 milhões de euros.

A tabela abaixo apresenta o raking dos 10 fundos com mais património na Europa, o património que gerem, os fluxos registados a rentabilidade desde janeiro:

Ranking Fundo Património (milhões de euros) Fluxos de entrada e saída líquidos em 2017 (milhões de euros) Rentabilidade obtida em 2017 (até 31 de agosto)
1. PIMCO GIS Income 45.584 +26.771 +4,27%
2. AP7 Aktiefond 35.717 +941 +4,5%
3. SLI Global Absolute Return Strategies (GARS) 24.469 -3.921 +0,8%
4. Carmignac Patrimoine 23.932 -498 +0,56%
5. M&G Optimal Income 22.607 +3.916 +3,43%
6. JPM Global Income 21.055 +3.835 +4,3%
7. AB FCP Global High Yield 20.982 +4.137 -4,8%
8. DWS Top Dividende 19.295 +1.044 +0,1%
9. Nordea 1 - Stable Return 18.292 -375 +1,7%
10. Templeton Global Total Return 17.336 +581 -6,1%

Fonte: Morningstar