Cinco motivos que levaram os clientes institucionais a aumentar o uso de ETF nas suas carteiras em 2016

3256278027_f2c2d24781
Sean Kenney, Flickr, Creative Commons

O apetite pelos fundos cotados continuará a mostrar vigor em 2016. Segundo o relatório da Greenwich Associates para a BlackRock, a procura de ETF por parte de investidores institucionais na Europa poderá crescer até quase 20% ao ano.

O estudo determina que a proporção de investimentos institucionais que investem atualmente neste tipo de produtos ascende a 25% no caso dos investidores da Europa continental e cerca de 20% no caso dos fundos de pensões britânicos. A partir de questionários feitos a 123 investidores institucionais europeus – 58 fundos de pensões, 46 gestoras e 19 seguradoras – detectou-se que cerca de 17% dos investidores institucionais do continente que declararam não investir atualmente em ETF planeiam começar a utilizá-los no próximo ano, enquanto que apenas 35% dos investidores da Europa continental têm a intenção de aumentar os seus investimentos em ETF. É por isso que da BlackRock alertam que “nos próximos 12 meses, é provável que presenciemos um aumento tanto na taxa de adopção como no capital total investido em ETF”.

A alocação a fundos cotados por parte dos investidores institucionais representa atualmente cerca de 9,3% das suas carteiras, o que supõe um aumento de 7,2% face a 2014. O estudo conclui que esta classe de produtos foi especialmente popular entre as gestoras de ativos: cerca de 72% utiliza-os, e são estas as que maior percentagem do património total alocam (10%) a ETF.

Outra parte interessante do estudo fala sobre os usos que os institucionais fazem desta classe de ativos. O mas popular foi como via de acesso a mercados de ações: cerca de 94% dos institucionais europeus ouvidos declaram ter integrado os ETF nas suas carteiras de ações. Segue-se, em segundo lugar, as obrigações, referidas por cerca de 60% dos questionados. Por fim, 40% dos institucionais que participaram no estudo indicaram que usavam os fundos cotados para poder aceder a outras classes de ativos, como as matérias primas e os ativos imobiliários, assim como para os empregar como substitutos acessíveis dos derivados.

Cinco razões para começar a usar o uso de ETF

A última conclusão destacada pelo estudo realizado pela Greenwich Associates para a BlackRock é a detecção dos cinco factores que vão estar por detrás desse aumento da procura de ETF nas carteiras dos investidores institucionais europeus.

  1. ETF de obrigações. Segundo a sondagem, seis em cada dez investidores em fundos de cotados servem-se destes instrumentos como uma via de acesso aos mercados de obrigações; quase 25% começaram a fazê-lo nos últimos dois anos. “Os principais catalisadores para os investidores em ETF de obrigações são a sua facilidade de uso (72%), a sua liquidez (69%) e a diversificação através de uma única operação (69%), explicam da BalckRock. A estimativa da gestora é de que os ativos geridos pelos ETF de obrigações à escala mundial possam superar os 2 biliões de dólares daqui a 2025.
  2. Aumento dos usos estratégicos. Atualmente as posições em ETF repartem-se em cerca de 51% com uso estratégico, e cerca de 49% destinado a ativos táticos. Esta proporção poderá mudar graças ao constante crescimento de investidores institucionais que utilizam ETF para reajustar as suas carteiras, mais de 55% segundo o estudo.
  1. Substituto dos derivados. Em 2015 quase metade dos questionados substituiu produtos derivados por fundos cotados. Desses, 17% escolheu-os por causa da facilidade de uso e outros 17% pela sua eficiência de custos. Tendo em vista os próximos 12 meses, “41% dos investidores institucionais planeiam substituir posições atuais em futuros de ações por um ETF, quase 20% tenciona mudá-los por posições de obrigações, e cerca de 10% espera fazê-lo em substituição de posições em matérias primas”, indicam da gestora.
  1. Interesse crescente pelo smart beta. O estudo conclui que mais de 20% dos institucionais investem em ETF de smart beta, produtos especialmente populares entre as gestoras de fundos. 57% dos usuários atuais deste tipo de fundos  prevê aumentar a sua alocação no próximo ano, e metade deles aumentarão cerca de 10% ou mais.
  1. Influência positiva do auge das estratégias multiativas. A tendência crescente da procura por carteiras multiativos entre investidores institucionais beneficia os ETF, visto que 79% das gestoras de ativos contam com ETF nas suas carteiras, e 22% do seu património total está investido através de fundos cotados. Segundo o estudo, cerca de 25% das gestoras oferecerá, ou pretende oferecer, uma estratégia baseada exclusivamente ou maioritariamente em ETF, no futuro.