"China e os Estados Unidos da América continuarão a sofrer de um crescimento positivo"

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O aceleramento do crescimento global e do apetite pelo risco tem, na sua maioria, um impacto negativo no dólar americano. No entanto, o dólar americano tem-se mantido forte devido a uma fraca ‘performance’ do iene e do euro o que, por sua vez, impossibilita retornos atractivos de matérias-primas.

Na nossa opinião, a China e os Estados Unidos da América continuarão a sofrer de um crescimento positivo e a liquidez deverá permanecer ampla. Neste contexto, tanto as matérias-primas cíclicas como os metais industriais e o petróleo deverão ser beneficiados.

O paládio exibe fundamentais positivos tanto por parte da procura como da oferta. A oferta tem assistido  a fortes restrições de produção e exportação por parte dos principais  mercados exportadores, África do Sul e Rússia. No que diz respeito à procura, os números de vendas de carros nos EUA e na China pressupõem um aumento da procura deste metal que é utilizado para a construção dos catalisadores de automóveis a gasolina.

As taxas de juro reais que permanecem positivas nos EUA e o dólar forte  não são, de momento, factores favoráveis para o desempenho do ouro no curto prazo. No entanto, no longo prazo os fundamentais estruturais do ouro não sofreram alterações e a procura de ouro físico (em moeda) tem aumentado na China, na Índia e em Hong Kong.

Do mesmo modo, os fundamentais para a valorização do cobre começam a mostrar sinais positivos. As previsões do crescimento industrial da China demarcam expectativas de uma procura crescente de este metal. As previsões de excedente para a indústria poderão ser afectadas devido ao recente incidente sofrido numa mina dos EUA e aos problemas laborais no sector mineiro do Chile.

Diversos analistas prevêem que os preços do petróleo se mantenham estáveis e entre os seguintes valores: WTI $85 - $100 e Brent $100 - $120, sendo que o excesso de oferta por parte dos EUA, devido à entrada de Shale Oil, é o principal driver do WTI.

Apesar das previsões de excesso de oferta em 2014 por parte da WASDE, as matérias-primas agrícolas poderão sofrer um aumento do preço. As plantações de milho poderão ser afectadas devido ao prolongamento das condições  climáticas pouco habituais e chuvas fortes observadas a oeste dos EUA. No Verão de 2012 o continente americano sofreu fortes secas que provocaram uma subida acentuada dos preços dos grãos (milho, trigo e soja). Por conseguinte, será importante observar de perto o Verão de 2013.