Chart of the Week - Relatório de pedidos iniciais de subsídio de desemprego (Initial Jobless Claims)

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(O 'Chart of the Week' desta semana é da autoria de Filipe Barreto, partner da Sixty Degrees)

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Esta semana vou estar focado no relatório de pedidos iniciais de subsídio de desemprego (Initial Jobless Claims) e na evolução da pandemia COVID-19, nos EUA.

Na década de 90 e início do século XXI, o relatório de pedidos iniciais de subsídio de desemprego era visto, nos mercados financeiros, como um dado fundamental e incontornável para a tomada de decisões, uma vez que a disseminação de informação económica não era tão alargada como atualmente, originando, por isso, surpresas mais frequentes e potenciando o nível de volatilidade verificada.

Com a chegada da COVID-19, aos EUA, e com a imposição de medidas para a combater, nomeadamente o fecho temporário de muitos negócios e o confinamento e isolamento social, é de extrema complexidade efetuar previsões sobre o número de novos/iniciais pedidos de subsídio de desemprego desta semana. De qualquer forma, nas últimas duas semanas, assistimos ao registo de 3.3 e 6.65 milhões de pedidos, respetivamente. Para esta semana, os analistas estão bastante divididos, com previsões entre 2.5 e 7.5 milhões (média de 5.2 milhões) de pedidos iniciais de subsídios de desemprego. Caso estas cerca de 15 milhões de pessoas sejam classificadas como desempregadas, isso significa que a taxa de desemprego de abril poderá vir acima dos 10% e assim ultrapassar os níveis observados durante a crise 2008-09.

A confirmar-se este cenário, é expectável que o impacto sobre o crescimento económico americano, no 2º trimestre, seja mais forte do que o esperado. Nesse caso, os 2 biliões de dólares de estímulos já anunciados não deverão ser suficientes para combater os danos permanentes causados pelo fecho da economia, não gerando, por isso, inflação em resultado da destruição da formação de capital que só agora está a começar.

Contudo, em virtude do aumento significativo nos valores deste subsídio, definidos no pacote fiscal aprovado, poderemos ter uma situação temporária em que a perda de rendimento destes novos desempregados não seja tão severa como inicialmente previsto. Neste sentido, a força e rapidez da recuperação económica continuará dependente da redução das medidas de confinamento e da melhoria na capacidade de testar a população para Covid-19.