(O Chart of the Week desta semana é da autoria de Pedro Assunção, founding partner da Reap - Family Office)
Nas últimas semanas, com a subida das yields americanas para níveis acima dos 3% nos 10 anos, notaram-se as primeiras ondas de choque. As notícias centraram-se nos mercados emergentes, mas a realidade é que esta designação engloba um conjunto muito variado de realidades.
Aqueles mais afectados podemos dizer que foram os “elos mais fracos”, ou seja a Argentina e a Turquia. Estes países viram as suas moedas desvalorizar violentamente, resultado da desconfiança dos investidores face a países que incorrem em défices duplos (fiscal e externo) persistentemente. Ambos já tomaram medidas para contrariar a tendência de desvalorização, mas se a pressão nas taxas do USD se mantiver, a única forma destes países conseguirem defender as suas moedas é lidar estruturalmente com o problema dos défices, algo que a Argentina parece ter maior convicção em fazer. Estes dois países poderão ser os elos mais fracos mas não são os únicos elos fracos.
Por isso, fruto das taxas de juro mais altas, estaremos a entrar numa fase de maior selectividade nos investimentos, quer entre mercados emergentes quer em todas as outras classes de activos com maior risco.