Chart of the Week - A outperformance do S&P500 face ao resto do mundo

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Photo by Kelsey Knight on Unsplash

(O Chart of the Week desta semana é da autoria de João Eufrásio, head of institutional portfolio management da BMO Global Asset Management)

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O gráfico apresenta a diferença entre a a valorização do S&P 500 e o MSCI world  (ex  US) sendo que a “outperformance” do índice Norte Americano face ao resto do mundo é a maior desde 2014.

João Eufrásio_BMOO Mercado accionista Norte Americano, nomeadamente o índice S&P, tem surpreendido muitos investidores com a resiliência face aos factores de “stress” que tem atingido os restantes praças mundiais.  As ondas de risco que se tem sentido no resto do mundo tem sido de certa forma ignoradas pelo mercado Norte Americano e no início de Agosto, num contexto crescente de guerras comerciais , cambiais e incremento dos riscos geo-políticos,  o S&P 500 esteve próximo do máximo histórico atingido em janeiro deste ano.

Esta situação deve-se em parte (não esquecendo o estímulo fiscal anunciado no final de 2017) ao forte crescimento da economia e dos resultados das empresas em contraste com um cenário bem mais ameno no resto do mundo. De facto, o crescimento do PIB Norte Americano está posicionado para acelerar para próximo de 3% este ano, as empresas Norte Americana s criaram mais empregos no último ano do que nos 30 anos anteriores e os resultados das empresas relativos ao segundo trimestre subiram mais de 20%. Em contraste, o Reino Unido o Japão e a Zona Euro apresentaram no segundo trimestre um crescimento inferior a 2%.

Ainda assim os recentes acontecimentos na Turquia e o consequente  comportamento da Lira, ainda que num contexto de mercado menos liquido,  foi um sério aviso que  nem mesmo o mercado Norte Americano ficou imune e que nos remete para vários  factores de risco latentes neste aparente cenário benigno :  a desvalorização da moeda Russa em mais de 7% nas últimas semanas após novas sanções por parte dos Estados Unidos, a desvalorização de 30% do Peso Argentino por via da situação politica interna , a queda de 11% da Libra Inglesa nos últimos 4 meses com a perspectiva de falta de acordo no “Brexit” e a depreciação cambial e accionista na China num contexto da contenda comercial com os EUA.

Será interessante perceber se num contexto global mais adverso onde o crescimento económico mundial terá provavelmente atingido o seu auge, conjugado com a continuação da normalização da Politica monetária por parte do FED (que poderá ser atrasada num contexto de erupção de riscos nos mercados emergentes como é exemplo os acontecimentos precisamente 20 anos atrás (no verão de 1998) o mercado Norte Americano conseguem manter a ”pole position” face ao resto do Mundo .