Célia Pimenta (IMGA): “Desenvolvemos um modelo interno de rating focado em vários fatores, desde a estrutura financeira à gestão e governo”

Célia_Pimenta
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As obrigatoriedades regulamentares em matéria de gestão de risco dos OIC têm sido crescentes em todas as suas vertentes. É, no entanto, a vertente de análise de risco de crédito que vemos como o maior desafio do passado recente.

Enquanto o RGOIC já limitava a fundamentação exclusiva da análise de risco de crédito nas notações de rating das agências, o Regulamento (EU) 2017/1131 do Parlamento e do Conselho, de 14 de junho de 2017, relativo aos fundos do mercado monetário, veio obrigar a que as sociedades gestoras disponham de procedimentos de avaliação interna da qualidade de crédito dos instrumentos do mercado monetário e seus emitentes, definindo critérios mínimos a serem aplicados na definição dos procedimentos e metodologias. Estes procedimentos têm de se basear em metodologias prudentes, sistemáticas e contínuas, devendo ser adotadas e aplicadas medidas adequadas que certifiquem que esta análise incorpora toda a informação pertinente e fatores decisivos que possam influenciar a solvabilidade do emitente ou do instrumento em causa. Ademais, as avaliações da qualidade de crédito não podem ser desempenhadas pelas pessoas com funções de gestão, devendo assim estar sob a alçada das equipas de risco.

De forma a acompanhar estas alterações regulamentares, desenvolvemos na IMGA um modelo interno de rating focado em vários fatores desde a estrutura financeira, resultados e rendibilidade, liquidez, solidez do negócio, gestão e governo, entre outros, que aplicamos não apenas aos emitentes e instrumentos que integram fundos do mercado monetário, mas globalmente a todos os fundos geridos, de forma a definir limites internos de exposição.

O desenvolvimento desta metodologia de avaliação do risco de crédito é para nós uma grande vantagem competitiva, tornando a IMGA pioneira no mercado nacional na gestão de fundos do mercado monetário ao abrigo do referido regulamento. No mês de junho a CMVM autorizou a gestão de dois fundos desta categoria: o CA Monetário – comercializado na rede Crédito Agrícola - e o IMGA Money Market (anteriormente denominado IMGA Extra Tesouraria III), distribuído nas redes Millennium bcp e ActivoBank.

Os dois fundos têm como objetivo a preservação do capital investido, com rendibilidades em linha com a evolução das taxas de juro de curto prazo dos mercados monetários da Zona Euro, garantindo, através da análise da qualidade creditícia dos emitentes e instrumentos financeiros, um controlo apertado do risco de crédito. Tratando-se de fundos de risco baixo, são adequados a investidores conservadores ou a investidores cujas aplicações financeiras ou necessidades de liquidez sejam de curto prazo, nomeadamente instituições que pretendam aplicar num fundo monetário os seus excedentes de tesouraria.