Carteiras dos investidores em contínua realocação

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irodman, Flickr, Creative Commons

Os investidores têm, ao longo deste ano, sido confrontados com um cenário macro mutável nas orientações dos Bancos Centrais o que conduz a alguma volatilidade nos mercados e um certo ceticismo na tomada de decisão de investimento.

Neste sentido, “as principais tendências (nas saídas de fundos) registadas estão em linha com as alterações sugeridas em termos das alocações das carteiras Fund Advisor, do Banco BiG”. Isabel Soares clarifica que “o encaixe de mais-valias, acumuladas ao longo dos últimos meses, ditou a recomendação pelo resgate de parte da componente de fundos de acções”. Além disso também se verificou uma “deslocalização da exposição aos EUA por alguns investidores que passaram a privilegiar estratégias sobre acções europeias e mercados asiáticos”.

Rui Castro Pacheco, subdiretor de investimento do Banco Best, assinala que “a maioria dos resgates foi concentrada em várias estratégias de obrigações e mesmo fundos de tesouraria. O aumento das taxas de juro que tem penalizado a maioria dos fundos de obrigações parece ter consolidado a “rotação das carteiras” de que se vem falando este ano, levando os investidores a trocar obrigações por acções”, explica.

No ActivoBank, “a tendência evidenciada nos resgates, em Agosto, prende-se por um lado com uma diminuição da exposição a mercados emergentes e, por outro lado, uma ligeira diminuição da exposição a acções growth nos Estados Unidos que revelam algum cepticismo quanto às capacidades do mercado aceitar com suavidade o tapering da FED dos seus programas de compra de activos e do seu impacto num mercado que pode já estar a níveis pouco saudáveis e a justificar algum tipo de correcção”, refere Guilherme Cardoso.