Capital Group prepara-se para o Brexit: a sucursal na Península Ibérica passa a depender da entidade no Luxemburgo

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Restam apenas algumas semanas para a saída do Reino Unido da União Europeia e foram apenas esclarecidos alguns detalhes de como se irá gerir o Brexit. Longe de ficar à espera, as gestoras internacionais deram alguns passos em frente nos últimos meses com o objetivo de preparar os seus clientes para todos os cenários. A última a aderir foi a Capital Group. A gestora modificou os detalhes da sua sucursal na Península Ibérica, que irá passar agora a depender da entidade registada no Luxemburgo.

“Até agora desenvolvemos o nosso negócio e as nossas operações na Península Ibérica sob o passaporte da nossa licença no Reino Unido. Face ao Brexit, agora fá-lo-emos sob o passaporte da nossa licença no Luxemburgo, que já tínhamos há vários anos”, explicam à Funds People da gestora.

São mais os trâmites legais do que mudanças significativas no funcionamento do dia-a-dia das gestoras. Como aconteceu em casos anteriores, não aconteceu nenhuma mudança nos seus fundos, que estão baseados no Luxemburgo desde 1969, nem nas equipas.

Irlanda e Luxemburgo recebem as saídas do Reino Unido

Desde a vitória do Brexit, a indústria deu grandes passos para assegurar que os clientes das gestoras internacionais não ficassem à mercê de modificações inesperadas ou incertas na regulação. Os dois núcleos que foram mais beneficiados foram Dublin e Luxemburgo. No passado mês de dezembro, a Legg Mason anunciou que o seu novo escritório em Dublin passava a ser o hub de gestão e distribuição europeia das suas gamas de fundos irlandeses. A Schroders também modificava os dados da sua sucursal na Península Ibérica, que passava a depender da Schroder Investment Managemente (Europe) SA, entidade com domicílio no Luxemburgo.

No passado mês de maio, a Columbia Threadneedle Investments comunicava os seus planos para transferir os ativos dos seus clientes na UE da gama OEIC que a empresa tem no Reino Unido para os fundos equivalentes da sua gama domiciliados na sua sicav do Luxemburgo, com o objetivo de prestar o melhor serviço aos clientes europeus após a saída do Reino Unido da UE.

À sua semelhança, algumas semanas depois foi a vez da M&G Investments, que transferiu as classes de ações não denominadas em libras esterlinas de 21 dos seus fundos OEIC domiciliados no Reino Unido para fundos equivalentes na sua gama luxemburguesa.