CaixaBank anuncia o lançamento de uma OPA sobre o Banco BPI para alcançar a maioria do capital

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Cedida

O CaixaBank acaba de anunciar a sua intenção de realizar uma oferta pública de aquisição (OPA) voluntária e em dinheiro sobre todas as ações que não controla no Banco BPI, entidade onde o CaixaBank já é o primeiro acionista com uma participação de 44,1% no capital.

A oferta sobre o quarto banco nacional por volume de negócio é formulada por um preço de 1,329 euros por ação, cerca de 27% superior ao preço de fecho do BPI na sessão de ontem.

A OPA está condicionada ao nível de aceitações permitir à entidade espanhola exceder 50% do capital social e excluir dos estatutos da entidade a limitação de 20% dos direitos de voto. Para a supressão deste limite, é necessário o voto favorável de 75% do capital assistente na assembleia geral de acionistas do BPI que será convocada para o efeito, na qual o CaixaBank só poderá votar por 20% do capital. A entidade catalã reclama para que a sua capacidade de voto no BPI seja proporcional à sua participação económica.

A oferta, comunicada esta manhã à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e que se registará junto da entidade reguladora assim que estejam reunidas todas as aprovações legais, poderá completar-se durante o segundo trimestre deste ano.

O CaixaBank tem previsto continuar a apoiar a administração do BPI, confiando que a atual equipa gestora saberá aproveitar a recuperação económica do nosso país. Além disso, o CaixaBank pretende que o BPI permaneça como empresa cotada, após a conclusão da oferta, criando valor para todos os acionistas, independentemente da sua representação no conselho ou de aceitarem a oferta, avançam no comunicado oficial divulgado ao início desta manhã.

Vinte anos de colaboração

O investimento do CaixaBank no Banco BPI iniciou-se em 1995 com uma visão estratégica de longo prazo e com uma vontade de apoio ao BPI com o objetivo de o tornar um banco de referência em Portugal. Dentro desta estratégia, que continua vigente, a vontade atual do CaixaBank é a de terminar com a assimetria que existe no presente entre a sua participação económica e a sua representação no conselho de administração, aumentando essa mesma participação no capital social e, dessa forma, reforçar o seu papel no desenvolvimento da instituição financeira nacional.

Em 2012, o CaixaBank obteve uma derrogação da CMVM para superar o limiar de um terço do capital, sem desencadear uma OPA obrigatória, devido à existência de limitações ao direito de voto dos acionistas e sujeito a determinadas condições, tais como o compromisso da entidade catalã de não nomear administradores adicionais aos quatro nomeados até à data.

Levantamento da suspenção

Depois da negociação das ações do Banco ter estado suspensa durante esta manhã, a CMVM já deliberou o levantamento dessa mesma suspensão, "por terem cessado os motivos" que a justificavam, diz o Regulador num comunicado.

Candidatura à aquisição do Novo Banco prossegue 

Também em comunicado à CMVM, o BPI já se pronunciou, referindo que o Banco "deverá elaborar um relatório sobre a oportunidade e as condições da oferta no prazo de oito dias, contados a partir da data em que receba do oferente os respectivos projectos de prospecto e de anúncio de lançamento".

Na mesmo documento assinado pelo Presidente do Banco, Fernando Ulrich, pode ainda ler-se que "independentemente dos desenvolvimentos do processo da Oferta, o Banco BPI,SA, prosseguirá sem alterações e com inteira normalidade o seu plano de actividades, incluindo a anunciada candidatura à aquisição do Novo Banco, nos termos estabelecidos pelas Autoridades".