Brasil no topo da lista dos fundos allocation mais rentáveis a três anos

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Conforme verificámos, o mercado americano foi o grande destaque do lado dos fundos de ações mais rentáveis dos últimos três anos. Feita a análise a esta categoria, passemos agora a uma categoria que procura aproveitar o melhor das várias classes de ativos: os fundos multiativos. Recorrendo aos dados disponíveis na Morningstar Direct (dos fundos que englobam a categoria allocation), olhemos para o desempenho a três anos dos produtos desta categoria.

À semelhança do que aconteceu com os fundos de ações, o mercado em destaque no conjunto dos fundos allocation está também do outro lado do Atlântico. Trata-se do mercado brasileiro, que é o universo de investimento de dois dos cinco produtos mais rentáveis neste período. Um deles é, inclusivamente, o produto que melhor rentabilidade apresenta.

Este chama-se BPI Brasil, é da responsabilidade da BPI Gestão de Activos, e obteve uma rentabilidade anualizada de 5,66% nos últimos três anos. Com um património sob gestão que ultrapassa os 26 milhões de euros, a sua carteira apresenta maior exposição ao segmento acionista do que ao segmento obrigacionista: 62,01% e 31,89%, respetivamente. Em termos sectoriais, o sector financeiro representa mais de 31% do total da carteira, enquanto que o sector de consumo defensivo representa 17,23%. Quanto aos principais títulos em carteira, apesar dos três maiores serem obrigações soberanas brasileiras, encontramos também nomes como Suzano Papel E Celulose SA, Ambev SA ou Petroleo Brasileiro SA Petrobras.

Segue-se um produto de poupança reforma da responsabilidade da Invest Gestão de Activos. Falamos, precisamente, do Invest AR PPR, cuja rentabilidade anualizada no período em questão se fixou nos 5,42%. A carteira deste produto apresenta uma exposição de 62,1% ao segmento de dívida privada e de 16,3% a ações europeias (excluindo Portugal), sendo estes os dois segmentos mais preponderantes. Nas principais posições encontramos dois ETF que procuram seguir os índices EURO STOXX 50 e STOXX Europe 50 e, ainda, uma obrigação do banco italiano Banca IFIS. No que respeita à alocação sectorial, o sector financeiro é, precisamente, aquele ao qual a carteira apresenta uma maior exposição, representando 17,93% do total.

Analisadas as rentabilidades dos dois únicos produtos a ultrapassar os 5% de ganhos nos últimos três anos, passemos agora aos restantes. A terceira melhor rentabilidade neste período pertence ao Popular Global 75, que obteve ganhos anualizados de 2,84%. A exposição geográfica deste produto é bastante diversificada, embora as regiões com maior preponderância sejam os Estados Unidos (25,78%) e a zona euro (22,89%). Quanto à exposição sectorial, os sectores tecnológico e financeiro são os sectores com maior peso, representando 21,10% e 16,71% do total. 

Os fundos que se seguem pertencem à GNB Gestão de Ativos e à Dunas Capital, respetivamente. O primeiro é o NB PPR, um fundo de poupança reforma que obteve uma rentabilidade anualizada de 2,77% e o segundo é o EuroBic Brasil, que apresenta uma rentabilidade anualizada de 2,19%.

Relação rentabilidade/risco

Para além da rentabilidade alcançada por parte destes produtos nos últimos três anos, importa analisar também o desvio padrão por si apresentados no mesmo período. Assim, apesar do BPI Brasil apresentar um desvio padrão anualizado superior ao Invest AR PPR – 22,73% e 7,01,%, respetivamente – a sua rentabilidade acabou por ser também superior. O mesmo se verifica entre o Popular Global 75 e o NB PPR, cujo desvio padrão anualizado a três anos se fixou nos 10,21% e 5,10%, respetivamente. Por último, o EuroBic Brasil acabou por apresentar um desvio padrão anualizado de 11,31% nos últimos três anos.

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Fonte: Morningstar Direct, abril de 2018