Brasil debaixo do olho do rating

3250279278_e18b0cf389_o
caro_hdz_z, Flickr, Creative Commons

A agência de notação financeira Standard & Poor baixou o Outlook da economia brasileira, mas manteve o seu rating em BBB. De acordo com a S&P, há alguma “probabilidade do atual rating brasileiro baixar nos próximos anos, caso o crescimento económico continue lento, os fundamentos fiscais e externos se enfraqueçam e a política económica sofra com a perda de credibilidade.” Se isso acontecer, “a economia brasileira reduziria sua capacidade de gerenciar eventuais choques externos”, justificando o baixar da notação do país.

Para a publicação semanal do Bradesco Asset Management, esta nova avaliação da agência de rating acontece “apesar da dívida externa da República continuar caindo e não haver deterioração significativa dos principais indicadores do país”. “O valor total das reservas internacionais do Brasil é 5,6 vezes o tamanho de toda a dívida externa de longo prazo do governo, e 10 vezes o volume dos títulos da República negociados nos mercados internacionais (sovereign bonds)”, afirmam os especialistas da gestora brasileira.

Também o facto da moeda brasileira ser flutuante, joga a favor da economia brasileira. “O facto do Brasil operar com regime de câmbio flutuante confere capacidade adicional para o país absorver choques, reduzindo o risco de cumprimento com os compromissos externos, o que reforça a qualidade da dívida externa da República, objeto da avaliação das empresas de classificação“, afirma o Bradesco Asset Management.

Os especialistas do Bradesco, vão mais longe e afirmam que o Brasil poderá chegar à notação A, invertendo a perspetiva da casa de notação financeira. “Não há razão para, a priori, o Brasil não alcançar no horizonte próximo um grau A na dívida externa, como já tem na dívida interna (A-2), superior, portanto ao da dívida externa (BBB na S&P), mesmo que a gradual normalização da economia dos países desenvolvidos crie turbulência no mercado financeiro internacional”, afirma o Bradesco.