Bill Gross abandona a PIMCO

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Cedida

Ponto final. O reputado gestor Bill Gross abandona a PIMCO. 43 anos depois de ter fundado a entidade, o guru da instituição e gestor do PIMCO Total Return Bond Fund vai para a Janus Capital, entidade onde irá gerir um fundo de obrigações. Também vai trabalhar na equipa de global asset allocation, juntamente com o Nobel da Economia Myron Scholes. A Janus Capital tem, atualmente, um volume de ativos de cerca de 178.000 milhões de dólares.

Richard M.Weil, conselheiro delegado da Janus Capital, afirmou que o track record de Bill Gross é exemplar e que a sua incorporação na Janus Capital é uma oportunidade única para oferecer estratégias e produtos que são complementares àqueles que a equipa de obrigações utiliza no momento.

Por sua vez, Bill Gross, que irá iniciar a suas funções a 29 de setembro, assegura que a “escolha pela Janus se deveu à estreita relação de respeito com Richard M. Weil e o desejo de dedicar a maior parte do meu tempo à gestão”. Após o anúncio, as ações da Janus Capital já subiram 20%, enquanto o Grupo Allianz derrapou 1,5%.

Até agora, Gross era o diretor geral e de investimentos da PIMCO e supervisionava mais de 1,9 mil milhões de dólares. Bill Gross recebeu o prémio Morningstar para o melhor gestor de obrigações na primeira década do século XXI e foi considerado o melhor gestor nos anos de 1998, 2000 e 2007, sendo ainda o primeiro gestor a receber este galardão por três vezes. Estes foram alguns dos prémios e menções honrosas com os quais foi agraciado, destacando-se também o facto de ser o primeiro gestor incluído no Fixed Income Analyts Society Hall of Fame, em 1996.

Desde o anúncio do tappering, na primavera do ano passado, que o comportamento do PIMCO Total Return se começou a ressentir. Foram meses complicados com um aumento significativo dos resgates (o fundo que chegou a ser o maior do mundo em obrigações, teve captações líquidas negativas nos últimos 16 meses), viveu um período conturbado que culminou com a saída de Mohamed El-Erian, no passado mês de fevereiro.  Embora El-Erian não tenha revelado os motivos da sua saída, o produto terminou 2014 com o pior resultado em duas décadas em termos de rendibilidade, depois de sofrer perdas com a aposta em obrigações norte-americanas.