BiG Research: "Quem irá vencer as eleições americanas continua a ser uma incógnita"

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Para o Outlook do quarto trimestre do ano procurámos analisar o impacto económico da pandemia tanto no lado da procura como no lado da oferta, tendo numa primeira fase estudado os diversos tratamentos e testes rápidos que poderão complementar ou até substituir (parcialmente) as vacinas para a Covid-19.  Ainda no contexto macroeconómico, demos destaque a alguns acontecimentos geopolíticos que poderão afetar o equilíbrio socioeconómico mundial. Destacamos ainda temas atuais e de elevada importância no panorama económico, nomeadamente: eleições americanas e plano de recuperação europeu. Por fim, apresentamos diversos temas relacionados com a transição energética.

De entre os temas analisados, a equipa do BiG Research destaca:

No lado da procura verifica-se um desacelerar da recuperação económica tanto nos EUA como na Zona Euro. Parte desta desaceleração deve-se à perda de poder de compra da população - que acabou por ser mais acentuada nos EUA devido à falta de apoio direto às empresas para preservar o emprego -, mas também devido à falta de confiança do consumidor, que levou a uma contração na despesa e a um aumento da taxa de poupança atual.

No lado da oferta é visível o forte impacto da pandemia em setores caracterizados por elevados custos fixos, como o setor automóvel e industrial, onde a redução de vendas tende a proporcionar uma forte compressão nas margens. Conclui-se ainda que a pandemia trouxe uma grande dispersão entre os setores que acabaram por beneficiar da mesma, como o tecnológico, e os setores fortemente afetados como: bens de consumo, turismo, venda de automóveis e retalho discricionário.

Eleições americanas:

Quem irá vencer as eleições americanas continua a ser uma incógnita, no entanto, é certo que o rumo que o país vai tomar nos próximos quatro anos será muito diferente dependendo do resultado eleitoral. Num cenário de reeleição, devemos esperar políticas semelhantes às do último mandato, isto é: campanha de redução de impostos tanto para as empresas como para os agregados familiares, elevada despesa com defesa e apoio à indústria manufatureira. Caso Joe Biden vença, devemos esperar, entre outras medidas, uma reversão do corte de impostos, aumento do salário mínimo federal para USD 15 por hora, reingresso dos EUA no Acordo de Paris e o Green New Deal (investimento verde de USD 1,7 biliões).

Eleicoes

Tratamentos e testes rápidos complementarão vacinas?

A retoma da atividade económica, nomeadamente do turismo e atividades de lazer, depende de uma solução para o Covid-19 sendo que a mais direta é uma vacina que previna a propagação do vírus. Os tratamentos por sua vez poderão diminuir de forma significativa a taxa de mortalidade ou o tempo de internamento para reduzir a sobrecarga nos sistemas de saúde. Por outro lado, os testes poderão permitir a criação de zonas protegidas do vírus em que apenas pessoas com teste negativo poderão aceder.

Politicamente é desejável que se encontre a vacina eficaz o mais rápido possível, no entanto, as fases de testes clínicos demoram o seu tempo e são essenciais para garantir que não existem efeitos secundários adversos quando for massificada a vacina. Algumas regiões como a Rússia, China e Emirados Árabes Unidos têm aprovado de forma mais limitada algumas vacinas com testes de fase 3 a decorrer. O regulador de saúde americano (FDA) afirmou que não iriam haver atalhos na aprovação da vacina depois da Administração Trump ter dito aos estados que se preparassem para receber a vacina dois dias antes das eleições.

Vacinas

Transição Energética:

Nos próximos anos haverá um elevado fluxo de capital direcionado para a transição energética. Tanto através de planos mais estruturais, como o Green Deal da União Europeia ou o plano a 5 anos da China, como através de uma transição a nível microeconómico por parte das empresas (incluindo petrolíferas).