Beta estratégico: não se deve pagar mais por estas estratégias do que pelos ETFs que ponderam por capitalização

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Terra Nova Fondation, Flickr, Creative Commons

No fecho do primeiro semestre do ano, existiam 1.320 ETFs de beta estratégico, com um património total de 707.000 milhões de euros. O crescimento dos ativos foi de 28,4% em relação à mesma data de 2016. O crescimento do património e do número de fundos foi mais rápido que o do mercado de ETFs e do mercado de gestão ativa em conjunto. Nos últimos 12 meses, até junho de 2017, entraram em negociação 204 novos fundos cotados de beta estratégico, comparando com 211 durante o período anterior. Na Europa foram introduzidos mais ETFs de beta estratégico do que em todas as restantes regiões juntas.

A Morningstar atribuiu um Morningstar Analyst Rating a 119 ETFs de beta estratégico a nível global desde novembro de 2016. Estes fundos recolheram, no seu conjunto, mais de 495.000 milhões de dólares à data de 30 de junho de 2017 – ou seja, 70% do total investido em ETFs de beta estratégico a nível mundial. Além de analisar qual foi a rentabilidade dos ETFs de beta estratégico nos Estados Unidos, a empresa de análise publicou o seu relatório anual “A Global Guide To Strategic-Beta Exchange-Traded Products” com o qual pretendem ajudar os investidores a definir, medir e analisar melhor este diverso grupo de produtos de investimento.

O Estudo de Replicação de Rentabilidade do Beta Estratégico da Morningstar desafia os custos de alguns fundos de beta estratégico tentando determinar se é possível replicar a rentabilidade dos fundos de beta estratégico de ações através de várias combinações de alternativas ponderadas por capitalização de mercado. “Os fundos de beta estratégico não são tão distintos como podem parecer à primeira vista. É possível reproduzir a maior parte da sua rentabilidade com exposições a tamanho e valor através de índices simples de capitalização de mercado, o que sugere que a maioria destes fundos somente re-empacotam o risco de mercado”, assegura Alex Bryan, diretor de análise de estratégias passivas da Morningstar para a América do Norte.

“Os investidores não devem pagar custos significativamente mais altos por estas estratégias do que por alternativas ponderadas por capitalização de mercado, que captam os mesmos resultados e podem replicar a maior parte dos seus ganhos”, afirma.

O estudo mostra, no entanto, que vale a pena investir em muitos fundos de beta estratégico, inclusivamente se os seus méritos sejam por vezes exagerados, já que uma grande maioria destes ETFs superam as suas carteiras de replicação. Além disso, o relatório mostra que é mais eficiente comprar um fundo de beta estratégico do que encaixar as suas exposições a factores, que frequentemente mudam com o tempo. O argumento a favor dos fundos de beta estratégico também é mais forte nos mercados estrangeiros, onde proporcionam a forma mais eficiente de conseguir certas inclinações de estilo devido à escassez de índices de valor ou crescimento ponderados por capitalização de mercado.