BBVA Global Bond: “Tentamos ser cada dia mais globais”

Paulino
Cedida

Numa altura em que a gestão de produtos de obrigações pode ser caraterizada como um desafio, a BBVA Asset Management salienta aquela que é uma das suas estratégias neste campo. O BBVA Global Bond é apresentado pela entidade como um fundo que gere os seus ativos de forma flexível, o que, para Paulino Pomar, elemento da equipa gestora do produto, constitui uma vantagem competitiva.

Divisa: fonte de alpha

“Este fundo tem um universo de investimento bastante amplo. Permite-nos alocar até 50% da carteira em high yield ou 50% em dívida emergente em geral, existindo também a possibilidade de investimento até metade da carteira no mercado cambial”, começou por dizer Paulino Pomar, numa recente passagem por Lisboa, em conversa com a Funds People. No ano passado a carteira registou, em média, um risco cambial em torno de 20%, que é atualmente mais baixo, muito embora a gestão da divisa seja uma das fontes de retorno do produto. “A divisa tem sido uma das fontes de alpha mais importantes deste fundo e, por isso, “jogamos” muito com a gestão dessa componente”, explicou.

A diversidade e a flexibilidade do produto traduzem-se também na duração, que se situa nos 2 anos, mas também se verifica a nível geográfico. “Somos muito ativos por um lado na Europa e nos EUA, mas também, por outro, em mercados emergentes ou high yield”, referiu, dando conta de um interesse e um olhar constantes sobre outras oportunidades. “Tentamos ser cada dia mais globais”, resumiu.

Neste sentido, a gestão do produto segue uma visão macro vincada. “Tentamos descobrir o que na nossa opinião está ‘misprice’ no mercado, e é nisso que apostamos”. Na gestão do fundo partem de um asset allocation definido no que toca aos grandes segmentos (crédito, taxa de juro), evoluindo depois para o ajustar das percentagens consoante a análise geográfica e comparativa das curvas de taxas de juro dos distintos países.

É na componente de investimento direto do fundo que, segundo Paulino Pomar, salta a vista o know-how da entidade. Ainda assim, onde a equipa de gestão do BBVA Global Bond não tem “capacidade de chegar”, privilegiam outras casas de investimento e os respetivos produtos. “Atualmente, por exemplo, ao nível do high yield, estamos a efetuar o investimento através de fundos de terceiros. É importante referir que os nossos selecionadores de fundos têm um due diligence muito profundo em relação às gestoras internacionais, fazendo uma seleção por geografias, produtos, etc. Para além disso, só podemos colocar no fundo, fundos de terceiros que estejam qualificados, ou seja, que estejam presentes na plataforma Quality Funds”, esclarece. 

Muito embora o investimento em fundos de terceiros possa assumir, teoricamente, 50% da carteira do BBVA Global Bond (a este nível o máximo de alocação assumida pelo fundo foi 20%), atualmente ‘preenche’ 15% do produto, sendo que 12,5% corresponde a fundos high yield e cerca de 3% a fundos de mercados emergentes. “Esta capacidade de investir em fundos de outras geografias, que estão fora da nossa órbita de gestão, faz com que o fundo seja ainda mais global”, aclaram.

Atualmente, salienta a boa performance das posições assumidas em Austrália, e, através da duração, apresentam-se com posições nos prazos de 2 anos na curva americana, e longos na curva europeia, sobretudo nos periféricos. “Temos a flexibilidade de estar curtos onde consideramos que os mercados podem começar a descontar subidas de taxas e, por outro lado, mantermos posições longas em geografias onde a curva de taxas de juro se vai manter”, infere.