BBVA Asset Management Portugal: “A reflação irá converter-se no nosso cenário geral, suportada no crescimento e subidas de inflação”

Luis Sancho BBVA
Vitor Duarte

A inflação é um dos temas a que a BBVA Asset Management Portugal vai dar mais atenção ao longo do próximo ano. “A reflação irá converter-se no nosso cenário geral, suportada no crescimento e subidas de inflação”, refere Luís Sancho do departamento de gestão discricionária e investimentos da entidade. Revela, também, que segundo os “principais organismos internacionais (FMI, OCDE, BCE…) as estimativas de crescimento do PIB estabilizaram em 2016 prevendo-se uma pequena aceleração no próximo ano”. Também “uma nova dinâmica provocada pelos últimos desenvolvimentos eleitorais (Brexit, Trump) irá colocar enfoque nos impulsos fiscais que marcarão a agenda económica, sobretudo, nos EUA e Europa”. Assim, “a economia norte-americana permanece sólida, mas falta perceber o conteúdo das novas medidas económicas, dada a retórica muitas vezes exagerada do seu novo presidente”, afirma o profissional do BBVA Asset Management Portugal.

No que diz respeito aos emergentes, da entidade afirmam que “os sinais mais recentes de estabilidade na China e nos mercados de matérias-primas poderão antecipar um bom ano” para estes mercados, “ainda que a incerteza quanto ao nível de protecionismo a implementar pelos EUA possa causar perturbações no pano de fundo da economia”.

A (in)certeza de 2017

Para o próximo ano, Luís Sancho afirma que num ambiente de “expectativas de inflação mais altas, em particular nos países mais desenvolvidos, aliado a uma inversão das políticas monetárias dos principais Bancos Centrais, irão manter uma infra-ponderação em dívida pública core com durações bastante baixas”. No que diz respeito ao crédito, revela que no BBVA estão “cautelosos, porque além das subidas das taxas de juro, os spreads de crédito também poderão vir a alargar”.

Sobre a componente acionista, espera “um bom ano, quer por efeito da rotação de ativos, quer pelas perspectivas de melhoria dos resultados, provocado pelo novo cenário de reflação, com uma possível surpresa do S&P500” embora, em termos de fundamentais, continue a achar “que as companhias europeias estão mais atrativas”.

Luís Sancho sublinha, ainda, que “uma maior concertação entre os Bancos Centrais poderá estabilizar a relação dólar/euro, ainda que não seja de descartar a paridade”, enquanto que a nova postura da OPEP faz com que questionem “cenários de subidas moderadas do preço do petróleo”.

BBVA Multi-Asset Moderate para seguir 2017

Este fundo da casa – o BBVA Multi-Asset Moderate – é o escolhido para o próximo ano. Trata-se de um “fundo que contempla diversificação quer ao nível de classe de ativos quer ao nível de geografias onde investe e com um nível de exposição aproximado de 50% a equity, estando bem posicionado para tirar partido do cenário previsto de reflação e rotação de ativos que irá ocorrer durante o próximo ano”.

Maior desafio: entregar valor

Como maior desafio para a indústria nacional para o próximo ano, Luís Sancho da BBVA Asset Management Portugal, refere que passa “por entregar valor aos clientes num cenário de taxas de juro baixas”. Na entidade estão “cientes que as oportunidades existem e que os cenários para o próximo ano são prometedores”. O profissional refere, também que é preciso “ter consciência que para conseguir rentabilidades minimamente atrativas será necessário tirar proveito deste movimento de rotação de ativos que passará pela tomada de maior risco com um maior peso em equity nos nossos portefólios”.