Banco de Portugal espera um crescimento ligeiramente inferior do PIB em 2018 e 2019

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Jürgen Stemper // Bloemche, Flickr, Creative Commons

O Banco de Portugal revelou, no seu último Boletim Económico (BE), as suas projeções económicas para o período 2018-2020, nas quais projeta um crescimento de 2,1% do PIB em 2018, 1,8% para 2019 e 1,7% em 2020. Para o ano de 2021 (as primeiras projeções para este período) espera um crescimento de 1,6%. Segundo a entidade, a economia portuguesa deverá, assim, “prosseguir uma trajetória de crescimento da atividade, embora em desaceleração, no horizonte 2018-2021, em linha com as projeções para o mesmo período publicadas para o conjunto da área do euro pelo Banco Central Europeu”.

A perspetiva de um crescimento inferior do PIB para 2018 e 2019 é explicada pela “revisão em baixa do crescimento das exportações, que reflete a revisão das hipóteses relativas à evolução da procura externa e a incorporação da informação mais recente”.

Apesar da revisão em baixa do crescimento do PIB, a entidade defende que o enquadramento externo da economia portuguesa deverá permanecer relativamente favorável. Assim, depois do crescimento significativamente superior ao da atividade em 2017 e 2018, a entidade espera que o comércio internacional apresente uma evolução mais próxima da do PIB mundial, “implicando uma relativa estabilidade da procura externa dirigida a Portugal no período de 2019-2021”. As projeções apontam, assim, para um crescimento das exportações de 3,6% em 2018, de 3,7% em 2019 e de 4% em 2020, descendo para os 3,6% em 2021.

Já sobre a capacidade de financiamento da economia portuguesa face ao exterior, esperam que esta se mantenha ao longo do horizonte de projeção, com o saldo conjunto das balanças corrente e de capital a situar-se, em média, em 1,3% do PIB em 2018-2020, aumentando para 1,6% no final do período em projeção. Não obstante, a entidade antecipa uma alteração da composição, “já que a redução do saldo da balança de bens e serviços será compensada pela evolução da balança de rendimento primário e de capital”.

Projeções para a inflação inalteradas

Quanto às expectativas sobre a inflação, estas mantêm-se relativamente inalteradas, com uma perspetiva de crescimento de 1,4% dos preços no consumidor em 2018 e em 2019, de 1,5% para 2020 e 1,6% em 2021, “traduzindo um quadro de pressões inflacionistas internas originadas pelos custos salariais”. Espera-se, por outro lado, que a taxa de desemprego se situe nos 5,3% no final do horizonte de projeção.

Pressupostos

Olhando para as hipóteses do exercício de projeção verificamos algumas alterações em comparação com o Boletim Económico publicado em junho deste ano. Assim, as projeções da entidade apontam para que a taxa de juro de curto prazo se fixe nos 0,3% em 2021 (0,2% no BE de junho de 2018), enquanto que esperam que a taxa de juro implícita da dívida pública se situe abaixo dos 3% no horizonte em projeção.

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