Banco Carregosa: “O principal cuidado a ter é evitar expor demasiado a ações os clientes que não têm perfil para isso”

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Grécia é definitivamente a palavra que marca, pelo menos, o início do segundo semestre de 2015. O Banco Carregosa nas suas perspetivas para a restante metade do ano fala obviamente do impasse helénico.  “As consequências de uma possível saída da Grécia da Zona Euro e do abrandamento da economia chinesa são os principais fatores na agenda dos investidores”, realça João Pereira Leite,  diretor de investimentos do Banco Carregosa. Estes dois factores, diz o profissional, poderão “minar a confiança dos investidores”, numa altura em que “tanto a economia europeia como a norte-americana estavam encaminhadas para um ciclo de maior crescimento”.

Partindo da ideia base de que os mercados são pouco adeptos de imprevisibilidade, a saída da Grécia da Zona Euro poderá ser sinónimo de uma desilusão, “com consequências imprevisíveis no curto prazo”. João Pereira Leite entende que embora uma saída da Grécia possa já não apanhar ninguém de surpresa , “não deixaria de ser um acontecimento inédito e histórico”. “Foi sendo alimentada a esperança de que as partes seriam capazes de chegar a um entendimento que evitasse a saída”, reitera.

Precaução define alocação

No atual momento, para o diretor de investimentos, faz sentido estarem sub-investidos em obrigações, por entenderem que “a classe está sobrevalorizada”. No campo das ações, por outro lado, apresentam-se neutrais, sendo assumida “uma exposição a ações em linha com o benchmark para cada perfil”.

A tradicional exposição a obrigações foi substituída por fundos ou estratégias de retorno absoluto. “Não são uma alternativa perfeita, mas desta forma evitamos desvirtuar o risco das carteiras mais conservadoras”, indica, explicando que “como os ativos mais conservadores não pagam quase nada, existe um incentivo natural para alocar a ativos de risco (aliás estimulado pelas políticas dos bancos centrais)”.

Na lista de “precauções” o profissional do Banco Carregosa aponta que o principal cuidado a ter é precisamente “evitar expor demasiado a ações os clientes que não têm perfil para isso”.