Banco Carregosa: "A nossa principal característica na gestão de carteiras é o nosso conservadorismo"

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Como é que o vosso método de gestão de carteiras se diferencia dos demais?

A principal característica da gestão de carteiras que poderá ser apontada ao Banco Carregosa é o seu conservadorismo, embora tenhamos sempre presente o alinhamento entre o objetivo de investimento dos nossos clientes e a alocação de ativos das respetivas carteiras.

Atualmente é um posicionamento particularmente difícil de gerir, tendo em conta que a classe de ativos tradicionalmente mais conservadora, as obrigações de qualidade creditícia elevada, é aquela onde detetamos menor valor relativo. E a classe de ativos "liquidez" tem um retorno negativo.

Assim sendo, temos procurado ser mais diversificados na nossa abordagem à alocação de ativos e à seleção dos ativos individuais, quer pela inclusão de fundos de retorno absoluto, quer por uma maior alocação a fundos mistos, quer ainda pela introdução de outros ativos não tradicionais, como sejam os fundos imobiliários (REITS). Nos fundos apenas recorremos a fundos UCITS.

Também em linha com uma abordagem conservadora, estamos tendencialmente pouco expostos a flutuações cambiais, quer pela utilização de derivados de cobertura cambial, quer pela exposição a fundos mobiliários e imobiliários na moeda da conta dos clientes ou com cobertura cambial.

- Como é que MiFID II se reflete no vosso trabalho e que mudanças implementaram por via da regulação?

Para além das alterações mais óbvias que afetaram todos os atores no mercado de serviços financeiros, não houve uma grande alteração nos nossos métodos de trabalho no que toca à gestão de ativos. Pouco da nova regulamentação não estava já a ser implementada no Banco. Tivemos naturalmente desafios operacionais e de compliance elevados, que afetaram praticamente todas as áreas de negócios e todos os serviços de suporte do Banco, mas em termos de gestão de ativos e atuação comercial, praticamente foi apenas incorporar formalmente as novas regras de atuação, quer no âmbito da gestão discricionária, quer no âmbito da consultoria, no nosso dia-a-dia.

(Na foto, a equipa de gestão de patrimónios do Banco Carregosa. Da esquerda para a direita: Rui Bárbara, Filipe Seara Cardoso, Filipe Silva e Tiago Gaspar)