Banco Best: “É preciso alocar a exposição a ativos tradicionalmente com menor risco de forma criteriosa”

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O Banco Best, nas opiniões que estabelece para 2015, não “foge” muito às perspetivas que as restantes entidades já traçaram. Da entidade também realçam que  entre as principais economias mundiais existe uma divergência de crescimento, “sendo de destacar a evolução positiva da economia americana e a consequente força do dólar”.

Relativamente à Europa, o Best aponta que no novo ano se aguarda com expectativa “a definição do Banco Central Europeu relativamente à compra de mais ativos financeiros, nomeadamente a compra de Dívida Governamental, esperada para o 1º trimestre de 2015”.

Ano de divergências

Na opinião do Banco Best “os EUA devem acelerar, a Europa deve estagnar/estabilizar”, enquanto que “a China deve abrandar”. O Japão, para a plataforma, surge como uma incógnita, estatuto a que o país se tem vindo a habituar. Para além das consequências económicas da discrepância entre os vários países, da entidade prevêm que vão existir “divergências ao nível da política monetária”. Explicam que se “nos EUA e no Reino Unido se antecipa o início do ciclo de contração monetária (aumento das taxas de juro), na Europa e no Japão a política expansionista deverá aumentar (programa de compra de ativos e consequente aumento do Balanço)”. Na China, por seu lado, anteveem uma provável inversão do ciclo – algo que já começou em dezembro de 2014 – com a “política monetária a transitar de contracionista para expansionista” muito possivelmente.

Fuga para ativos de maior qualidade

A tão falada divergência de crescimento mundial e o início do ciclo de subida de taxas de juro nos EUA, a par das questões em torno da Rússia e dos efeitos colaterais da magnitude e velocidade dos preços de petróleo, poderão na opinião do Banco Best, “gerar um incremento da volatilidade dos mercados e, ao mesmo tempo, implicar uma “fuga para ativos de maior qualidade”, no sentido de procurar empresas com negócios mais sólidos e melhores perspetivas de crescimento”.

Questões “explosivas”

Mais concretamente sobre a questão da Rússia, da entidade ressaltam que esta problemática combinada com o tema do petróleo são pontos que “interligados podem ser uma condicionante significativa de curto prazo para os ativos de risco via efeito contágio do sentimento dos investidores”.

As baixas taxas de juro na Europa, são para entidade o “mote” para que muitos investidores procurem alternativas de investimento “através da incorporação de ativos de maior risco nas suas carteiras de investimento, ou de novos instrumentos e estratégias que permitam, sem incrementar em demasia o risco, aumentar o retorno esperado das suas carteiras”.

Liquidez pouco sustentável

No entanto deixam um aviso de que apesar da liquidez nos mercados, nomeadamente na Europa ainda ser abundante, “poderá não sustentar todos os ativos de forma igual, sendo de realçar os impactos negativos da ausência de liquidez em ativos de maior risco, como é o caso do segmento de Obrigações High Yield”. “É preciso alocar a exposição a ativos tradicionalmente com menor risco de forma criteriosa. Esta necessidade é também válida para as economias emergentes e restantes países desenvolvidos. Mais do que nunca, é importante distinguir as especificidades de cada economia emergente”, reiteram.

Ao nível da alocação de ativos para o novo ano, a plataforma indica que de uma forma geral prefere “Ações a Obrigações”. “Não vemos valor em mercado monetário e nas matérias primas, substituindo estas alocações por uma exposição a estratégias alternativas”, dizem. (confira no quadro abaixo a alocação em detalhe). Da entidade enfatizam que “o mercado monetário não paga juros na conjuntura atual” e, por isso, as “as estratégias alternativas deverão permitir incrementar os retornos e aumentar a diversificação das carteiras de investimento”.  

Realçam também que “as avaliações obrigacionistas, depois dos últimos anos, são pouco interessantes” e que “num ambiente de juros baixos, mas em que a hipótese de subirem é maior do que a de descerem ainda mais (muito remota), as obrigações perdem valor”. Para além disso, “os fundamentais económicos apontam para a aceleração do crescimento, algo que é mais positivo para ações do que para obrigações”. Depois de 6 anos de maiores fluxos em obrigações, os investidores, dizem, deverão inverter “esta alocação para ações, tentando incrementar o retorno esperado dos seus investimentos”.

Alocação de Ativos 2015

Resumem que “2015 deverá ser um ano atípico face aos últimos anos, na medida em que se espera, por um lado, maior divergência entre regiões e ativos e, por outro lado, maior dificuldade em encontrar investimentos de baixo risco com níveis de retorno esperado interessantes”.