Baluarte: “Somos um one-stop shop para questões financeiras, ou seja, uma porta única de entrada para todas as necessidades dos nossos clientes”

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Vitor Duarte

 - Qual a vossa filosofia de negócio e a maior mais valia que apresentam ao mercado?

A Baluarte iniciou a actividade em 2014, numa altura em que o mercado começou a exigir maior independência na prestação dos serviços de aconselhamento em investimentos financeiros. Os investidores particulares com patrimónios mais elevados procuravam um serviço verdadeiramente alinhado com os seus interesses e não o encontravam na oferta tradicional, representada pelos bancos, nacionais e internacionais, presentes em Portugal. O tipo de aconselhamento para investimento practicado na banca privada – muitas vezes sob a forma de uma venda guiada - deu, ao longo dos últimos anos, claros sinais de esgotamento. Há uma grande diferença entre vender produtos de investimento e prestar aconselhamento a investidores. Em grande medida, a oferta bancária neste domínio foi sempre entendida como uma forma de vender produtos, sejam eles do próprio banco ou de terceiros, nos quais o banco ganha uma margem. É fácil de ver que quem é remunerado pela venda de um produto aos seus clientes particulares, dificilmente conseguirá aconselhá-los de forma isenta ou no seu exclusivo interesse. Havendo uma remuneração ligada à colocação de um produto financeiro específico, há um conflito de interesses. De um lado, o interesse do banco em receber a melhor combinação possível de comissões de venda; do outro, o do Cliente em ser aconselhado a investir na melhor combinação possível, para si, de entre todos os  produtos de investimento disponíveis no mercado. É uma questão de independência e transaprência.

A Baluarte é um consultor de investimentos independente. Foi criada, de raiz, para ficar do lado dos seus clientes na pesquisa das melhores soluções disponíveis no mercado, sem quaisquer restrições de oferta, ideias pré-concebidas ou quaisquer outros entraves à livre escolha, e  o mercado tem respondido muito satisfatoriamente a este posicionamento.

Outro importante beneficio é o facto do serviço prestado pela Baluarte ser altamente personalizado, por oposição à oferta massificada encontrada noutros intermediários financeiros. Trata-se de obter o mesmo nível de atenção e serviço que recebem os grandes investidores, que têm uma estrutura e uma equipa de profissionais de investimentos próprias, que lhes são inteiramente dedicadas. Essas estruturas, designadas na indústria por family offices, por serem dotadas de recursos técnicos e humanos muito sofisticados e, por isso, dispendiosos, só são acessíveis para os detentores de patrimónios de muitas dezenas de milhões de euros. A Baluarte oferece um serviço desse nível a todos os seus clientes, e não apenas aos que tenham patrimónios muito elevados, sendo, por isso, um multi family office, uma estrutura profissional de padrão internacional com custos diluídos por muitos e suportáveis por todos.

De salientar que a Baluarte SCI é um intermediário financeiro especializado em delinear e implementar soluções de investimento, desde as mais simples às mais sofisticadas. Temos uma equipa com mais de 20 anos de experiência nacional e internacional nesta área, acessível em Portugal a todos os nossos clientes, que acrescenta à sua oferta o precioso contributo de uma grande rede de parceiros nacionais e internacionais, especialistas num vasto leque de serviços complementares, como o aconselhamento legal e fiscal, a custódia de ativos, entre muitos outros. Somos, por isso, um one-stop shop para questões financeiras, ou seja, uma porta única de entrada para todas as necessidades que os nossos clientes possam ter neste domínio. Como não temos qualquer produto próprio, colocamo-nos do lado dos nossos clientes na procura da melhor combinação de produtos e serviços de terceiros para as suas necessidades específicas.

Com a nossa equipa desenhámos o serviço que gostaríamos que nos prestassem, e fazemos questão de ir além do esperado nos mais pequenos detalhes.

- Como vêem a evolução do negócio das SCI no médio prazo?

Acreditamos que as SCI estão muito bem adaptadas ao contexto de mercado, actual e futuro, e terão uma evolução muito positiva. As novas medidas de proteção de investidores introduzidas pelas Diretivas e Regulamentos comunitários recentemente aprovados, com entrada em vigor prevista para o inicio de 2018, irão colocar em maior evidência as vantagens do serviço prestado pelas Sociedades de Consultadoria para Investimentos, quando comparado com os restantes serviços financeiros prestados a investidores particulares.

- Quais os maiores desafios de negócio para o futuro?

Em primeiro lugar, a uma larga distância para os restantes desafios, está a prestação de um serviço de investimento independente, de excelência, num contexto de mercado muito desafiante. As medidas de política monetária aplicadas na sequência da crise de 2008 criaram um ambiente de taxas de juro extremamente baixas, quando não negativas, que condicionam a rendibilidade prospectiva de muitos investimentos. Alcançar rendibilidades atractivas sem cair na tentação de suportar níveis de risco desadequados é o eterno objectivo de qualquer profissional de investimentos. Na atual conjuntura, é mais difícil de alcançar. Felizmente os nossos clientes são sensíveis aos nossos argumentos e temos conseguido esse equilíbrio. Os restantes desafios prendem-se com a criação e manutenção de processos e uma estrutura de governance e compliance que sejam capazes de acompanhar a velocidade crescente com que aumentam as exigências de rigor de todos os aspectos relacionados com a nossa actividade como intermediário financeiro. O cumprimento e o controlo de um conjunto muito vasto de regras e procedimentos destinados à proteção dos nossos clientes e do bom funcionamento do sistema financeiro em geral, pela importância de que se reveste, é uma atividade em si mesma, que actualmente consome uma importante fatia dos nossos recursos e que prevemos que tenderá a aumentar.

Na foto (da esquerda para a direita: Artur Vieira, Pedro Silveira Assis, Rita Gonzalez e Miguel Cordovil