Avaliação das gamas das dez principais gestoras de ETFs da Europa

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fotoandreabernardes, Flickr, Creative Commons

A indústria de ETFs é um negócio concentrado, nas mãos de alguns fornecedores. Identificar qual o produto  mais indicado para o investidor não é fácil. Depende de muitas variáveis que se devem analisar (tracking error, tracking difference, índice que replica, custo do produto, tipo de réplica que realiza…). Um exercício que ainda não fizemos foi o de analisar, de forma total, as gamas das dez principais gestoras de ETFs da Europa. A partir de dados da Morningstar, publicados no seu relatório Morningstar Rating Analysis of European Investment Funds, mostramos qual é o volume de ativos de cada entidade que são avaliados pela empresa de análise, a percentagem do património em fundos cotados com quatro e cinco estrelas Morningstar, o rating médio por estrelas equiponderado por ativos e as categorias onde cada fornecedor é mais forte.

1. iShares. A plataforma de ETFs da BlackRock é a gestora europeia que dispõe de um maior volume em fundos cotados avaliados pela Morningstar. No total, somam 262.500 milhões de euros. 57% desse património está em ETFs com quatro e cinco estrelas Morningstar. O rating médio equiponderado por ativos é de 3,28 estrelas numa escala de cinco. Onde tira melhor nota é nas suas estratégias de ações, com 3,82 estrelas em média.

2. Xtrackers (DWS). A gestora alemã conta atualmente com 62.200 milhões de euros em ETFs que têm rating Morningstar. À semelhança da BlackRock, 57% desses ativos está em fundos cotados com quatro e cinco estrelas. A nota média equiponderada por ativos que obtém é de 3,25 estrelas. A empresa é pioneira na comercialização de ETFs multiativos e onde conta com um rating médio de 4,91 estrelas. No entanto, também sobressai pelos seus fundos cotados de obrigações, onde recebe uma nota de 3,62, a maior dos dez principais fornecedores de ETFs da Europa.

3. Lyxor. A empresa francesa tem atualmente, 49.000 milhões de euros em ETFs que são avaliados pela Morningstar. Metade desse volume está em fundos cotados com quatro e cinco estrelas Morningstar. A nota média equiponderada por ativos que tem é de 3,28 estrelas. Tem melhor rating nas suas estratégias de ações, onde obtém uma pontuação média de 3,68 estrelas, enquanto que vacila nos fundos cotados de obrigações, onde o rating médio é de 2,64, o segundo mais baixo dos dez maiores fornecedores de ETFs europeus.

4. Vanguard. Dos 33.500 milhões de euros que estão em produtos com rating quantitativo Morningstar, 88% estão em estratégias com quatro ou cinco estrelas Morningstar. É a entidade que dispõem de uma percentagem maior respetivamente. Também é a que conta com um rating equiponderado por ativos mais alto (3,77 estrelas em média). Isto deve-se à elevada classificação média de 4,52. A parte de obrigações baixa-lhe significativamente a média, uma vez que a sua nota é de 3 estrelas, muito abaixo da BlackRock e da DWS.

5. Amundi. A empresa de análise está a avaliar fundos cotados da Amundi que, no total, somam 28.900 milhões de euros. Desse valor, 58% está em estratégias com quatro ou cinco estrelas Morningstar. O rating médio que recebe fazendo a equiponderação por ativos é de 3,26 estrelas. Onde obtém uma classificação maior é nos seus fundos cotados de ações (3,79 estrelas).

6. State Street Global Advisors. A gestora tem atualmente 24.500 milhões de euros em fundos cotados com rating Morningstar. Deles, 62% estão em produtos com quatro e cinco estrelas. A nota média equiponderada por ativos é de 3,38 estrelas, a segunda mais alta do top 10. A classificação mais elevada está nas suas estratégias de ações, onde regista uma classificação média de 3,98 estrelas. É, juntamente com a DWS, o único fornecedor europeu de ETFs do top 10 que comercializa ETFs multiativos que contam com rating Morningstar, embora no seu caso a nota média que recebem seja muito inferior à da gestora alemã (3 estrelas no seu caso).

7. UBS Asset Management. A empresa suíça dispõe de praticamente 20.000 milhões de euros em ETFs que são avaliados pela Morningstar. 43% desse património está em produtos com quatro e cinco estrelas. É a segunda percentagem mais baixa de todo o top 10. A nota média equiponderada por ativos que recebe é de 3,36 estrelas. Tanto nos seus fundos cotados de ações como de obrigações recebe uma classificação média de 3,3 estrelas, respetivamente.

8. Invesco. Atualmente, a Morningstar faz uma análise quantitativa sobre ETFs desta gestora que, no total, contabilizava 12.600 milhões de euros. Desse volume, 71% está em estratégias com quatro e cinco estrelas Morningstar, sendo a terceira entidade do top 10 com a percentagem mais elevada. Apenas os fundos cotados de ações da entidade têm rating (4,1 estrelas), embora se se fizer a média equiponderada por ativos baixe para as 3,22 estrelas.

9. Deka. A empresa alemã é o nono fornecedor de ETFs europeu com mais volume de ativos avaliado pela Morningstar: 8.600 milhões. Desse património, apenas 19% está em fundos cotados com quatro ou cinco estrelas, sendo a empresa do top 10 com o rácio mais baixo. É penalizada especialmente pela baixa classificação que obtém nas suas estratégias de obrigações, onde o rating médio é de 2,5 estrelas.

10. BNP Paribas AM. O ranking dos dez fornecedores de ETFs europeus com um maior património avaliado pela Morningstar é encerrado pela empresa francesa, que dispõe de 7.200 milhões de euros em fundos cotados com rating. Dessa percentagem, 77% está em estratégias com quatro ou cinco estrelas. À semelhança da Invesco, apenas dispõem de ETFs de ações com rating quantitativo Morningstar. A sua nota média é de 4,09 estrelas mas, à semelhança da Invesco, ao fazer a média aritmética sem ter em conta o peso patrimonial dos produtos a classificação baixa para as 3,38 estrelas.