Atualização do Fidelity European Dynamic Growth: as ideias de Fabio Riccelli para enfrentar o Covid-19

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José_Eduardo, Flickr, Creative Commons

O Fidelity European Dynamic Growth é um dos fundos de ações europeias de referência no mercado ibérico. O produto, ao qual a Fidelity International aplicou um soft close devido ao elevado volume de ativos alcançado, desfruta este ano de Selo FundsPeople, com a dupla classificação de Favorito dos Analistas e Blockbuster. O seu gestor, Fabio Riccelli, reconhece que, em momentos de volatilidade como estes, torna-se fácil perder-se entre as árvores e esquecer-se de olhar para a floresta no seu conjunto.

Com isto quer dizer que é importante não perder de vista que o valor intrínseco de uma empresa não vem determinado pelo que acontece em qualquer período de seis ou doze meses, mas pelos fluxos de dinheiro que gera ao longo dos anos como empresa em funcionamento. “O Covid-19, como muitas outras pandemias que o mundo sofreu ao longo dos séculos, será superado. Ainda que possamos entrar temporariamente em recessão, a economia mundial vai recuperar e as empresas prosperar. Para qualquer investidor de longo prazo, esta volatilidade nas ações representa uma oportunidade para realizar investimentos rentáveis”, afirma.

De facto, as elevadas rentabilidades registadas pela estratégia European Dynamic Growth com o gestor atual (há mais de 11 anos à frente da carteira) foram conseguidas precisamente mantendo uma abordagem coerente durante as fases de subidas e descidas dos mercados. “Historicamente, o fundo conseguiu uma parte importante das suas rentabilidades superiores em mercados bearish. Isso deve-se aos seus investimentos em empresas de crescimento de alta qualidade”, explicam.

Atualmente, Riccelli encontra uma grande quantidade de bons negócios muito atrativos. Quanto vão aumentar as cotações destas empresas? Não sei. Quem afirmar saber só está a especular. Mas se aproveitarmos este período de incerteza para realizar investimentos inteligentes, as recompensas podem ser muito grandes”, sublinha. O gestor continua a investir em empresas com vetores de crescimento a longo prazo e recursos de qualidade. O posicionamento em sectores e países é fruto de onde eles encontram a maior quantidade de oportunidades de investimento com base numa análise bottom-up.

As suas grandes ideias de investimento

O fundo continua a estar muito sobreponderado em tecnologias da informação, indústria, cuidados de saúde e serviços de comunicação. Dentro das tecnologias da informação, as empresas de pagamentos mantêm-se como uma temática destacada do fundo através das suas posições na Ingenico, Nexio e Worldline. “Este subsector oferece crescimento estrutural, altas barreiras de entrada, atrativos perfis de geração de dinheiro e rentabilidades empresariais, e um elevado potencial de criação de valor mediante movimentos de concentração. O provedor de software SAP é a maior posição do fundo e continuou a gerar uma melhoria constante dos lucros e alavancagem operacional”.

Dentro do sector industrial, a Experian é uma posição-chave. “Prevê-se que esta empresa registe um crescimento próximo dos 10% ao longo de muitos anos graças à inovação em produtos, à expansão para novos mercados e à recuperação do consumo e dos mercados latino-americanos”.

Nos cuidados de saúde, a Grifols, Novo-Nordisk e Qiagen são alguns dos principais investimentos do fundo. “Tanto a Grifols como a Novo Nordisk são negócios de qualidade de longa duração que contam com vetores de crescimento a longo prazo. A Qiagen conta com uma exposição diversificada e ampla a provas moleculares e genómicas, com diferentes tipos de clientes, aplicações e modelos de negócio, e de um ponto de vista estratégico centra-se nos mercados de crescimento a longo-prazo mais promissores. A empresa recebeu uma oferta de aquisição da Thermo Fishers no início do mês de março”, explica.

Pelo contrário, os sectores da energia, matérias e serviços financeiros continuam a ser as principais subponderações do fundo “com vista às dificuldades para encontrar empresas atrativas onde a tese de investimento não dependa de fatores macroeconómicos ou previsões sobre os preços das matérias-primas”. O fundo também está subponderado atualmente em consumo básico, já que, segundo Riccelli, “muitas destas empresas negoceiam com múltiplos de valorização elevados de um ponto de vista histórico”.