Asset allocation: cinco recomendações para combater a subida das taxas

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À medida que as taxas de juro sobem, contar com a flexibilidade necessária para a procura de rendimentos pelo mundo fora e através de fontes diferentes, é mais importante que nunca. Michael Schoenhaut, gestor do JPM Global Income Fund e do JPM Global Income Conservative Fund, propõe cinco passos para que os investidores que procuram rendimentos possam ultrapassar as dificuldades que estão a acontecer nos mercados financeiros.

1. Adotar uma abordagem multiativo flexível à medida que as taxas de juros sobem

“Embora se espere que as taxas de juro aumentem a um ritmo gradual, a dívida pública – que tradicionalmente é popular entre os investidores que procuram rendimentos – poderá ser a mais afetada. Se apenas se confiar nas obrigações para obter rendimentos, é possível que deva enfrentar a ameaça muito real da perda de capital”, afirma. Segundo o especialista, atualmente, é mais importante que nunca procurar oportunidades numa ampla gama de ativos geradores de rendimentos para reduzir o risco que as crescentes taxas de juro e a maior inflação representam nos rendimentos e no capital.

“Muitos tipos de investimento continuam a oferecer yields apelativas no contexto atual, como as ações, os valores imobiliários e algumas áreas de obrigações globais de high yield. A exposição combinada com vários destes ativos geradores de rendimentos numa carteira diversificada multiativo pode gerar um rendimento apelativo e constante, incluindo se as condições do mercado mudarem”, assinala Schoenhaut.

2. Focar-se na qualidade e não arriscar em excesso na rentabilidade.

À medida que os bancos centrais começam a incluir a economia global, é importante vigiar proximamente a qualidade dos investimentos. A boa situação económica pode ter favorecido os ativos geradores de rendimentos nas etapas iniciais da recuperação económica. Não obstante, os investidores que se sintam atraídos pelos investimentos simplesmente porque oferecem um pagamento de rendimentos elevado, podem ter dificuldades para se manterem à tona, à medida que a economia abranda.

“Para evitar sofrer perdas, é imprescindível uma análise exaustiva que garanta a solidez financeira de todos os investimentos. A capacidade e aptidão do seu gestor de rendimentos serão a chave, agora que a situação está a abrandar. Os investidores de multiativos com sucesso distinguem-se por se focarem na gestão do risco, na análise e na capacidade de encontrar um vasto universo de oportunidades”, indica o gestor.

3. Procurar oportunidades nos mercados globais.

Nem todos os países se encontram na mesma etapa do ciclo económico. “Os investidores ainda podem procurar oportunidades em mercados com fortes perspetivas de crescimento. Por exemplo, a Europa e os mercados emergentes encontram-se numa etapa mais precoce de recuperação do que os Estados Unidos e enfrentam um menor risco de inflação, pelo que as subidas das taxas de juro ainda estão distantes. Outros mercados mundiais também dão muitas oportunidades de valorização diferentes. As ações de mercados emergentes, por exemplo, são consideravelmente mais baratas do que muitos investimentos de mercados desenvolvidos. As ações e as obrigações europeias também são mais apelativas do que os seus homólogos norte-americanos e japoneses”, sublinha Schoenhaut.

4. Favorecer as ações face às obrigações

O contexto económico global, caracterizado por um forte crescimento e mais pressões inflacionárias, favorece uma vasta exposição às ações em relação às obrigações tradicionais. “É provável que as obrigações, particularmente a dívida pública, tenham dificuldades à medida que as taxas de juro sobem no mundo inteiro. Por outro lado, as ações que pagam dividendos podem proporcionar uma revalorização do capital e aumentar o fluxo de dividendos acima da taxa de inflação, o que representará um certo alívio face ao aumento das taxas de juro”.

Uma área que o gestor considera ser particularmente interessante para os investidores que procuram rendimentos, neste momento, é a bolsa europeia. “Isto deve-se ao facto de a Europa oferecer uma oportunidade de seleção de valores diversificada e a possibilidade de agarrar rendimentos apelativos de dividendo numa vasta gama de setores. No entanto, quando se investe em ações, é importante que os investidores não só procurem títulos que ofereçam valor, mas também aqueles que ofereçam possibilidade de gerar retornos apelativos”.

5. Procurar outras oportunidades menos familiares

Schoenhaut recorda que existem outras oportunidades interessantes para obter retorno se estiverem dispostos a aproveitar os rendimentos apelativos que algumas fontes menos familiares oferecem. “Por exemplo, embora muitas áreas do mercado de obrigações possam ter dificuldades à medida que as taxas de juro aumentam nos Estados Unidos, as obrigações hipotecárias 'non agency' parecem apelativas. Estas hipotecas imobiliárias apresentam maior risco do que a dívida pública, embora permitam aceder a um fluxo de rendimentos apelativo menos correlacionado com outras fontes de receitas dentro de uma carteira amplamente diversificada”.

O gestor assegura que também se podem considerar interessantes oportunidades de rendimentos no segmento de ações preferenciais. “Estes valores, que normalmente as entidades financeiras emitem, situam-se entre as ações ordinárias e as obrigações dentro da estrutura de capital. Isto significa que podem pagar dividendos constantes e também oferecem uma boa possibilidade de crescimento do capital a longo prazo, mas com menos risco do que as ações ordinárias. Trata-se de uma combinação que deveria resistir melhor às subidas previstas das taxas de juro”, conclui o gestor da J.P. Morgan AM.