Ásia poderá ameaçar a marca UCITS na Europa

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amartarik, Flickr, Creative Commons

Os reguladores da Ásia estão a considerar todas as maneiras de facilitar a distribuição dos seus produtos na Europa. Entre as soluções possíveis, sobressaem duas: a criação de uma alternativa aos UCITS ou ainda através de acordos bilaterais entre países.

Segundo a edição de outubro da The Cerulli Edge-European Monthly Product Trends, os profissionais estão a ficar preocupados com estas iniciativas, caso se tornem realidade.

Cerulli acredita que ameaça é exagerada

Para a Cerulli Associates, este medo é exagerado, por parte dos profissionais. Segundo a empresa especializada, a maior preocupação imediata aparece nas negociações entre a China e Hong Kong para o reconhecimento mútuo de fundos de investimento na jurisdição do outro território. Já os acordos bilaterais podem não funcionar contra os UCITS.

Não há nada que consiga para a China na sua oferta para outros países, tais como Taiwan, Singapura e até países fora da sua zona, como o Luxemburgo”, afirma Angelos Gousios, analista sénior da Cerulli Associates. “Os gestores chineses estão ansiosos  para começarem a expandir a sua presença na Europa. Para que isso aconteça, os reguladores europeus terão que insistir que os UCITS fazem parte do negocio e que estes tenham acesso ao mercado chinês”, continua o analista.

Já Barbara Wall, diretora da Cerulli, acrescenta que os ”gestores não devem perder de vista o facto da Europa ser, de longe, o maior mercado para os UCITS, representando três quartos do total dos ativos. A zona da Ásia-Pacífico é o segundo maior mercado, com uma participação de apenas 15% no final de 2012, tendo subido apenas dois pontos percentuais desde 2009”.

Inquérito confirma

Em julho passado, a Cerulli em colaboração com o Citi Investor Services, realizou um inquérito junto de 59 gestores. Desses 59, apenas uma minoria acredita que há uma grande ameaça para os UCITS. Deste modo, a maioria dos gestores acredita que os reguladores devem manter debaixo de olho o desenvolvimento asiático e fazer esforços para manter a competitividade dos UCITS.