As três grandes apostas dos gestores do BlackRock Euro Short Duration Bond

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Oakwood30, Flickr, Creative Commons

O BGF Euro Short Duration Bond é um dos produtos mais populares na Península Ibérica. Trata-se de um fundo de fixed income europeia de curto prazo da BlackRock com o selo Blockbuster Funds People. Cerca de 70% dos ativos estão investidos em obrigações denominadas em euros com uma duration inferior a cinco anos. A duração média da carteira não supera os três anos. De facto, a média está neste momento em 1,7 anos, um nível que Michael Krautzberger e Christopher Allen, os gestores do fundo, costumam manter bastante estável. Numa atualização recente da estratégias do fundo, os gestores destacam três grandes ideias de investimento:

1. Sector financeiro. Concentra 11% da carteira e é uma das grandes apostas dos gestores do fundo. “Atualmente, favorecemos a dívida financeira. Trata-se de um segmento de mercado que, ao não fazer parte do programa de compras do BCE, ficou um bocado para trás. O QE aplicado pela autoridade monetária cria oportunidades muito interessantes. Algumas emissões em euros de entidades canadianas, que também não fazem parte do programa do BCE, proporcionam uma yield muito interessante. Sentimo-nos muito confortáveis com este sector, especialmente depois das entidades terem reforçado os seus rácios de capital. Não é uma aposta genérica no sector, mas sim o resultado de uma análise específica de cada nome. Os lucros do sector são débeis, mas não são algo que afete a solvência dos bancos, que continuam capazes de ganhar dinheiro e pagar os cupões”, explica.

2. Espanha. A dívida periférica é outra das grandes apostas que favorecem há algum tempo, em relação à dos países core. A Espanha é uma das suas principais sobreponderações em carteira, com uma exposição que alcança hoje os 10%. “Cota entre 70 e 80 pontos base acima, o que a par com o atual contexto acomodatício, a yield positiva e os fundamentais da economia, faz com que nos sintamos muito confortáveis investindo. Se a Espanha continuar a corrigir o seu défice fiscal e aumentar o emprego, não há razões para pensar que a tendência registada nos últimos anos possa mudar, se não se produzir um choque na economia. Fixamo-nos na dívida espanhola por várias razões: o seu crescimento atual, potencial de crescimento e situação do sector financeiro”.

3. Visão positiva sobre a Irlanda e uma aposta decidida no seu mercado. Apesar de apenas ocupar entre 4% e 5% da carteira, a realidade é que esta percentagem representa uma posição muito sobreponderada se se comparar com o peso que o mercado tem no índice de referencia. “Há alguns anos a Irlanda era um país catalogado dentro do grupo dos periféricos. Na nossa opinião, agora é um país que está muito mais próximo de ser um core. Previsivelmente a sua dívida oferecerá uma rentabilidade semelhante à que oferece a França ou a Bélgica. A classificação de crédito do país está a aumentar, a economia está a crescer, os custos de financiamento são muito baixos .... a Irlanda é uma história de êxito. Foi um dos primeiros países a solicitar a ajuda europeia e atualmente encontra-se com uma posição muito mais sólida”, assinala o cogestor da estratégia da BlackRock.