As sete previsões mais importantes expressas em voz alta pelos gestores da Schroders

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geoffroy.barre, Flickr, Creative Commons

A conferência para jornalistas celebrada recentemente pela Schroders em Londres contou com a participação de gestores de primeira ordem da casa, que aproveitaram o evento para partilhar com a assistência algumas reflexões sobre as oportunidades e os desafios que atualmente detetam nos mercados. Na Funds People resumimos as suas perspetivas em sete pontos, com o objetivo de que o investidor conheça qual é a visão atual de cada profissional sobre a classe de ativos que gere e possa ter uma noção sobre o posicionamento que cada um deles está adoptar.

Aymeric Forest, responsável de multiativos: Esperamos inflação, e por isso a duration não será a nossa classe de ativos favorita. Nas ações, o sector financeiro, o da saúde e o mercado japonês são as nossas principais apostas. Consequentemente, nos nossos fundos mistos estamos a reduzir a duration em obrigações e a elevar a exposição a Japão e aos mercados emergentes, em ações.

Simon Webber, gestor de ações globais: Agora, as ações que apresentam maior risco são aquelas que até agora tinham sido vistas como as mais seguras e vice-versa.

Bob Jolly, responsável de Global Macro: No contexto atual, o ponto de partida para a rentabilidade das Obrigações do Tesouro dos Estados Unidos a dez anos é de 2,5%. Daí para cima.

Jim Barrineau, co-responsável de dívida emergente: Historicamente, quando o dólar se valoriza cria-se um contexto terrível para a dívida emergente. A cotação da divisa é chave. Deverá estabilizar-se a curto prazo até que exista uma maior visibilidade política nos Estados Unidos. A expansão fiscal nos Estados Unidos poderá ter um impacto muito significativo nos países emergentes em 2017. O que ocorrer também afetará especialmente os países em vias de desenvolvimento. As melhores oportunidades em dívida emergente estão na Europa do Leste e Brasil, países que se verão menos afetados pelo que sucederá nos Estados Unidos. No que toca às divisas asiáticas, estas são vulneráveis se se impuser o protecionismo do Trump.

Ugo Montrucchio, gestor de multiativos: As saídas que temos visto nas últimas semanas nos mercados emergentes de ações são temporárias. A tendência das entradas continuará.

Geoff Blanning, responsável de dívida emergente e commodities: Os investidores ainda não perderam o comboio das matérias primas. Algumas perderam 75% do seu valor e apenas algumas recuperaram. Estamos no início de um novo bull market nas commodities. Investir nelas é a melhor maneira de se proteger contra a inflação. As obrigações indexadas à inflação estão caras. Historicamente, o ouro é o único ativo que tem preservado o seu valor. Estimamos o seu preço de acordo com a oferta monetária global, mas compramos e vendemos em função do sentimento.

Rory Bateman, responsável de ações europeias: Esperamos que a rotação de ações europeias de qualidade para ações cíclicas continue ao longo de 2017. Em Itália, por exemplo, não nos sentimos cómodos com o sector financeiro. A delicada situação na qual se encontram estas entidades é mais importante do que a situação política. Na Europa não esperamos revoluções políticas. Estão a passar-se coisas dramáticas, embora não nos devamos esquecer que nas ações sempre existem oportunidades.