As quatro causas para que as TIR da dívida pública tenham caído para níveis tão baixos

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Andrea Guerra, Flick, Creative Commons

Não é nenhum segredo que as rentabilidades das obrigações do Tesouro de muitos países desenvolvidos estão cotadas em níveis historicamente baixos. Mas… por que razão as TIR (taxa interna de rentabilidade) da dívida pública a longo prazo estiveram em níveis tão baixos nos últimos três anos? As razões são realmente claras? Este foi um movimento racional ou irracional? O mercado moveu-se de forma razoável ou exagerada? Segundo explica Amundi, no seu último relatório "Cross Asset Investment Strategy", existem várias razões para que as taxas a longo prazo estejam tão baixas em muitos países. Estes pontos são importantes porque servem para "racionalizar" o fortíssimo comportamento do mercado de obrigações e refutar os argumentos que aludem à irracionalidade nos mercados obrigacionistas.

Neste sentido, a sociedade gestora francesa considera que se poderiam diferenciar quatro correntes para explicar a diminuição das taxas a longo prazo:

1. A crise financeira. Ao começar a crise criaram-se pastas que diziam conter ativos "livres de risco" e ativos de governos seguros, pelo que começaram a descer as taxas a longo prazo.

2. A recessão de 2009. Consolida-se a tendência enquanto o baixo crescimento é conduzido pelas baixas expectativas de inflação.

3. A crise de dívida europeia. A recusa do risco baixou as taxas dos mercados "seguros" para mínimos históricos. A crise de dívida levou as carteiras para países longe da área do euro considerados refúgio. Há a destacar que o risco de rutura deu impulso à Alemanha dado que neste caso se criaria um novo marco alemão contra as novas moedas europeias.

4. Excessiva liquidez. As políticas expansivas do banco central como a redução das taxas de juro são responsáveis pela queda das taxas a longo prazo.