Ano de 2013 mais positivo mas complacência é um risco

2013
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As perspectivas para este ano melhoraram face ao anterior, em parte muito devido à posição assumida pelo BCE e aos efeitos positivos que teve nos mercados, contudo permanecem riscos tanto na Zona Euro como nos Estados Unidos, que continuam a requerer atenção.

“O grande risco para 2013 é a complacência”, referiu Diogo Serras Lopes, director de investimentos do Banco Best, durante a apresentação do ‘Outlook 2013.  “Há uma sensação de que já passamos o pior,  do qual discordo. Não é a complacência dos mercados que preocupa, mas das autoridades”, afirma.  Considera que o que o BCE fez foi “dar ‘analgésicos’ enquanto não são implementadas decisões em concreto” e que existe um risco “que deixam de fazer as coisas que estão certas só porque se tem a percepção que já está tudo resolvido”.

Certo é que em 2012 “alterou-se a postura do BCE” -  com o presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi, a garantir que será feito “tudo o que for necessário para salvar o euro” -, o que permitiu “que respirássemos em 2012 e que olhássemos para 2013 com outros olhos”, salientou Diogo Serras Lopes.

O ano novo está com um ‘mood’ diferente, “mais positivo”. O director de investimentos do Best destaca a recuperação da parte privada da economia nos Estados Unidos (tanto ao nível do consumo dos particulares como do investimento das empresas), o que aponta para “resultados positivos das empresas tanto nos EUA como na Europa”; e o desempenho esperado para os emergentes, sobretudo da região da Ásia. Entre os riscos nomeia os problemas estruturais que ainda persistem na Zona Euro, a incerteza política, a regulação financeira, e a política orçamental e crescimento económico nos Estados Unidos.

Salienta ainda a necessidade de Portugal voltar ao mercado este ano, “e quanto mais cedo melhor”, e de o BCE implementar o novo programa de compra de dívida no mercado secundário (OMTs); “e muito relevante, seria extremamente importante que fosse activado, ainda não se sabe quando vai ser”.

Quanto à alocação de activos, as preferências, adiantou o director de investimentos do Best, vão para ‘high yield’, mercado accionista em geral mas mais acções europeias, estando ‘underweight’, entre outros, em obrigações governamentais e corporativas.