Análise 2020 rentabilidade-risco dos fundos vinculados a tecnologia

O coronavírus poderá acelerar tendências já existentes em direção a uma sociedade mais digital. E isso, do ponto de vista do investimento, poderá revelar oportunidades interessantes. Nesste cenário, as grandes empresas do setor parecem estar em vantagem, uma vez que as tendências das quais já beneficiavam estão-se a acelerar, graças aos efeitos de rede, altas barreiras à entrada e a crescente concentração de mercado. No S&P 500, o peso das FAAMG (Facebook, Amazon, Apple, Microsoft e Google), as cinco maiores empresas do mercado americano, atingiu os 20% - a maior percentagem da história.

Para tentar ajudar o investidor no processo de análise, selecionamos fundos com exposição à tecnologia com o Selo FundsPeople 2020. Cada fundo segue uma filosofia única, o que por sua vez resulta em carteiras muito diferentes entre si, pelo que se torna crucial analisar a estratégia e os vieses de cada produto.

Começaremos com o comportamento dos fundos. Os dados de rentabilidade, obtidos em euros, apresentam o melhor desempenho das empresas relacionadas à tecnologia face aos índices globais de ações. Os dados das tabelas são da Morningstar Direct, referentes ao final de maio de 2020 e expressos em USD.

Trata-se de uma amostra de fundos que investem em ações ligadas à tecnologia. No entanto, isso não significa que o setor em que investe seja única e exclusivamente tecnológico, tal como vemos na distribuição setorial das carteiras que a Morningstar disponibiliza (dados em %).

Outro dado importante a ter em conta trata-se da distribuição geográfica das carteiras. Neste campo, não nos surpreende que os EUA sejam o país dominante nas carteiras. Contudo, há que destacar o fundo Pictet-Digital, cujo portefólio possui maior distribuição global e maior presença de empresas de mercados emergentes (dados em %).

Na distribuição por capitalização dos portfólios (dimensão das companhias investidas), o fundo JPMorgan Funds US Technology Fund destaca-se com o maior peso atribuído às pequenas e médias empresas, e é igualmente aquele que detém maior percentagem de títulos growth em carteira (Dados em %).