“Alteração dos hábitos de poupança irá beneficiar sector de fundos de investimento”

pedro_mello_e_castro
Cedida

O foco da gestora vai para fundos de tesouraria, obrigações com enviesamento para o Sul da Europa e de alocação de activos com gestão dinâmica. E salienta que, a forma mais eficaz de promover este mercado, é apostar na melhoria do nível de literacia financeira dos aforradores.

Quais as perspectivas para a indústria em 2013?

Consideramos que a alteração estrutural dos hábitos de poupança das famílias portuguesas, que se tem verificado desde 2007, irá beneficiar gradualmente o sector dos fundos de investimento em Portugal. Com efeito, a taxa de poupança registou, desde 2007, uma subida relevante, de 7% para cerca de 10,8% em 2012 (estimativa INE). Num primeiro momento, este incremento de aforro repercutiu-se num aumento da procura por depósitos a prazo, que se encontravam com taxas extremamente atractivas, e, num segundo momento, a partir de final de 2012, verificou-se uma maior diversificação das aplicações, com o sector dos fundos a registar subscrições líquidas, em particular nos segmentos de fundos de tesouraria/ monetários. Para 2013 é de esperar que a procura por produtos de investimento que proporcionem rendibilidades estáveis e competitivas continue, beneficiando o sector dos fundos e, em particular, as classes mais conservadoras: fundos de tesouraria, fundos de obrigações ou fundos de ‘asset allocation’ dinâmicos com enfoque na preservação de capital.

Quais os focos da gestora para este ano, nomeadamente políticas de investimentos, e objectivos, em termos de expansão e evolução do valor dos activos sob gestão?

A Banif Gestão de Activos acredita que, em 2013, se deverá assistir a uma recuperação económica gradual dos principais blocos, num contexto marcado pela continuação do processo de integração europeia e pelo desenvolvimento de políticas monetárias extremamente expansionistas. Assim sendo, é expectável que os activos de rendimento registem valorizações expressivas, nomeadamente os mercados de obrigações do Sul da Europa, os mercados de obrigações de emitentes emergentes em moeda local e o segmento de emitentes ‘core’ com notação ‘high yield’. Adicionalmente, estima-se que os mercados de acções beneficiem do enquadramento, em particular os da Zona Euro e os emergentes. Estas tendências determinarão um maior enfoque comercial em fundos de tesouraria (Banif Euro Tesouraria), fundos de obrigações com enviesamento para o Sul da Europa (Banif Euro Corporates) e fundos de ‘asset allocation’ geridos dinamicamente (Banif Investimento Conservador e Banif Investimento Moderado).

Indique uma ou duas ideias que contribuiriam para dinamizar o mercado de fundos em Portugal...

Julgo que a forma mais eficaz de promover o mercado de fundos passa por dotar os aforradores de um nível de literacia financeira superior. Para tal é necessário que todos os participantes do mercado promovam, de forma contínua, acções de formação que sensibilizem os clientes para a temática da poupança e para as alternativas de investimento em todas as suas vertentes, nomeadamente, risco/ retorno, liquidez e fiscal.