Alívio de curto prazo, consequência imediata dos resultados nas eleições gregas

“A Grécia deverá, agora, ser capaz de formar um governo, sob a forma de uma coligação liderada pelo partido Nova Democracia, e conseguir alguma margem de manobra nas condições de resgate”, afirma Keith Wade, chief economist & strategist na Schroders. Uma opinião partilhada pelos especialistas da AGI que referem que o “FMI e os líderes europeus irão provavelmente acordar um alívio moderado das condições de um segundo pacote de resgate grego”.

Apesar disto, tanto a Schroders como a AGI não acreditam na imediata recuperação da Grécia uma vez que “a maioria dos problemas gregos continuam sem solução”, diz a AGI. Por sua parte a Schroders justifica esta opinião pelo facto do “actual partido com maior força no país ser anti-austeridade, o Syriza e que conseguiu ainda mais votos no passado domingo apresentando-se, agora, como a clara oposição”.

Keith Wade acrescenta, ainda, que “não ficaria surpreendido com uma nova onda de dúvidas em relação à adesão ao euro”. Nesta matéria, os especialistas da AGI apontam que tanto “uma introdução de uma moeda paralela como uma suave saída da União Económica e Monetária parecem bastante improváveis”.

“No entanto, a Grécia não é o único problema para a recuperação da crise na zona euro”, referem os especialistas da AGI. No seu fórum de investimento anual apontam as três pré-condições que consideram essenciais para uma resolução a longo prazo da crise europeia: “uma união bancária europeia com uma específica política de recapitalização da banca por país, um fundo de resgate fiscal (uma solução partilhada de encargos quando a dívida for superior a 60% do PIB) e o Banco Central Europeu actuar como financiador em último recurso”.