AES Principal Fund inicia 'roadshow' em Abril

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Images_of_Money, Flickr, Creative Commons
O fundo luxemburguês AES Principal Fund inicia este mês um 'roadshow' para promover o fundo e atrair investidores, sendo o objectivo levantar até final deste ano 100 milhões de euros, adiantou Géraldine Arnaud, gestora do mesmo, à Funds People Portugal.
 
Actualmente, o fundo tem 20 milhões de euros e uma carteira com cerca de 60 imóveis e crédito malparado, comprado a instituições financeiras portuguesas. Lançado em Julho do ano passado, o AES Principal Fund esteve durante os últimos meses num processo de reestruturação, referiu Géraldine Arnaud, porque a estrutura com que foi constituído "não se enquadrava com a estutura normativa decorrente da directiva AIFDM [dos gestores de fundos de investimento alternativos]". As principais alterações ocorreram ao nível da gestão de risco, dos controlos internos, avaliação dos activos subjacentes, política de reporte, adiantou a gestora do fundo, e a nova estrutura foi entretanto aprovada pela autoridade de supervisão do Luxemburgo.
 
Terminada a reformulação o fundo começará um 'roadshow', que passará por Zurique, Londres, Miami, Madrid e São Paulo. A gestora acredita que as oporunidades no segmento de crédito malparado na Europa vão começar a surgir mais a sério, que o cenário está a mudar, apesar de reconhecer que "ainda não é fácil negociar". Quanto às outras  duas áreas onde o fundo quer investir, agricultura e pesca, ainda não estão operacionais, acrescentou.
 
Entretanto, o fundo vai ter, além do compartimento Portugal, um segundo destindo ao Brasil. "Estamos a fechar parcerias com investidores para o mercado brasileiro" e o objectivo é levantar para já 100 milhões de euros, referiu Géraldine Arnaud. A intenção é que as parcerias estejam fechadas até Junho e o 'roadshow' comece em Setembro.
 
O foco de investimento vai ser também o segmento de crédito mal parado. "Mercado de 'non performing loans' está a começar este ano", sublinhou, dando como exemplo de uma oportunidade existente "um banco médio que faliu e que deixou cinco milhões de euros de passivo".
 
Questionada sobre a escolha de Portugal para primeiro destino de investimento do fundo, nomeadamente a preferência em relação a Espanha, Géraldine Arnaud adiantou que foi pela menor dimensão do país e do problema imobiliário. "As curvas de preços no imobiliário não são tão grandes e isso traz segurança", afirmou, adiantando que "do ponto de vista estratégico do fundo, a situação imobiliária do país mais controlada e a oscilação dos preços é bem melhor".
 
Quanto ao retorno anual estimado, a gestora do fundo mantém o intervalo entre 25% a 30% que tinha sido avançado inicialmente, aquando da apresentação do fundo em Lisboa, em Julho de 2012.