AEM vai apresentar resposta à consulta pública sobre criação de bolsa para PME

Em comunicado, a AEM (Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado)  refere que já manifestou as preocupações à NYSE Euronext e iniciou diligências em Julho, quando tomou conhecimento do conteúdo do relatório - que sugere a criação de uma bolsa pan-europeia para PME -, junto do governo e da CMVM, no sentido de "alertar para as previsíveis consequências da implementação das propostas apresentadas".

Apesar disso, a AME vai "preparar uma resposta formal às propostas do relatório, que se encontra em consulta pública até 17 de Setembro, até porque existe um conjunto vasto de outras questões, jurídicas, técnicas e operacionais, que o relatório não apresenta ou explica de forma consistente e que podem revelar-se extremamente prejudiciais para as empresas portuguesas", esclarece o director executivo da AEM, Abel Sequeira Ferreira.

O relatório foi elaborado por um comité de planeamento estratégico, criado em Fevereiro, para aconselhar a NYSE Euronext na definição de políticas direccionadas para PME.

Entre as principais preocupações da AEM está o "possível desaparecimento do índice PSI 20" e a "fragmentação do mercado nacional, que, no limite, e a médio prazo, poderia conduzir à extinção do Eurolist em Portugal", refere o director executivo. E salienta a ainda "a perda de liquidez e visibilidade das empresas transferidas para a Bolsa das Empresas, na qual passariam a estar em condições de concorrência de desigual com empresas, de outras nacionalidades, de muito superior capitalização bolsista".

Isto porque,  refere no comunicado, o relatório recomenda que esta nova bolsa "seja constituída, desde o início, pelo conjunto das empresas listadas nos compartimentos B e C do Eurolist e ainda pelas empresas listadas no NYSE Alternext". O que significa que a transferência das empresas pertencentes aos respectivos compartimento, acrescenta a AEM, "realizar-se-ia de forma obrigatória" e "abrangeria automaticamente cerca de 40 empresas cotadas no mercado nacional".

Esta é uma "das principais fontes de preocupação" para os emitentes, com Abel Sequeira Ferreira a salientar que "a divisão do mercado português em duas bolsas diferentes teria com efeito imediato a extinção do índice PSI 20", já que a reconfiguração deste "apenas em  torno das empresas listadas no compartimento A, no caso português, seria praticamente impossível". E acrescenta que estas cotadas (com capitalização bolsista superior a mil milhões de euros) seriam também afectadas "já que o respectivo número se mostraria insuficiente para a organização de um mercado atractivo e suportado por índices representativos suficientemente apelativos", sublinha o director executivo da AEM.