Aborrecidas, mas atrativas

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(TRIBUNA de Henrik Stille, Gestor de Portefólio da equipa de covered bonds europeia da Nordea. Comentário patrocinado pela Nordea)

As decisões dos bancos centrais, os acordos comerciais, o Brexit e a volatilidade são os principais fatores que foram acentuando a atratividade das covered bonds durante os últimos anos.

Esta classe de ativos, muitas vezes ignorada, ajudou a responder às necessidades de muitos investidores conservadores durante uma conjuntura de mercado que se mostrou desafiante.

É compreensível que ultimamente tenha sido difícil para os investidores identificar destinos atrativos de risco reduzido, num cenário de níveis historicamente baixos de rentabilidade oferecidos pelos ativos “seguros” tradicionais, como a dívida soberana tradicional. A ideia de um eventual regresso da inflação, que poderia comprometer a rentabilidade dos mercados obrigacionistas, também abalou a confiança dos investidores e, na procura de uma solução para este quebra-cabeças, muitos voltaram-se para o mercado de covered bonds europeias, cujo valor ascende aos 2,5 biliões de euros.

Mais de dois séculos de segurança

As covered bonds europeias são um instrumento de dívida emitido por entidades financeiras ou bancos sustentado por um conjunto de ativos.

A primeira vantagem deste instrumento é a reclamação total dos ativos do emissor, o que significa que em caso de insolvência do mesmo, quem investe em covered bonds detém direitos de credor sobre os ativos. A segunda, é um acesso preferencial ao conjunto de ativos. Os fluxos de caixa do conjunto de ativos sustentam as covered bonds, além de oferecerem um nível superior de cobertura. Em caso de insolvência do emissor, esses fluxos são utilizados como garantia das obrigações na forma de pagamento atempado dos cupões e do numerário, caso o emissor não consiga cumprir os seus deveres.

Na realidade, as covered bonds europeias, que não registaram qualquer incumprimento em mais de 200 anos de história, demonstraram oferecer mais segurança comparativamente à dívida soberana. Por exemplo, quando os titulares de obrigações gregas se viram obrigados a aceitar parte da restruturação da dívida do país no início da atual década, os titulares de covered bonds recuperaram a totalidade do seu investimento. Além disso, as covered bonds estão isentas do mecanismo de recapitalização interno europeu. De facto, é crucial tal como demonstraram as grandes perdas sofridas pelos credores de dívida sénior do Banco Espírito Santo em 2016. Sem registo de incumprimentos em mais de dois séculos, alguns investidores olham para as covered bonds como uma classe de ativos muito eficiente, e bastante aborrecida, e contentam-se em aceder a este mercado através de soluções passivas. No entanto, para Henrik Stille, gestor de carteiras da equipa de covered bonds europeias da Nordea, esta é uma visão errada. A equipa, que conta já com uma experiência média de 17 anos no universo das covered bonds, supervisiona ativos no valor de 39.000 milhões de euros.

“Investir em covered bonds pode parecer relativamente fácil, mas este ponto de vista é errado”, explica Stille. “O mercado de covered bonds é ineficiente em muitos aspetos: desde novos emissores que oferecem um bónus para atrair investidores até ao efeito dos métodos de classificação, que não exploram totalmente o modelo de negócio de determinados emissores. Também é necessário adotar uma atitude pró-ativa para aproveitar os spreads de crédito, que variam constantemente devido a fatores específicos do país ou do emissor.”

Capacidades e oportunidades

A equipa experiente de covered bonds da Nordea conta com uma trajetória convincente a curto, médio e longo prazo, que demonstra a capacidade para gerar alfa de forma contínua sem aumentar o risco da carteira. O sólido track record da estratégia  European Covered Bond da Nordea levou a equipa a lançar a estratégia Low Duration European Covered Bond no último trimestre de 2017. Esta estratégia, que assenta no mesmo processo da sua antecessora, utiliza cobertura para reduzir a duração de cerca de cinco anos para cerca de um ano, o que diminui consideravelmente o risco da taxa de juro da carteira.

Os investidores adotaram imediatamente a estratégia de baixa duração, conforme demonstram os mais de 1000 milhões de ativos geridos que a estratégia atraiu em menos de doze meses.

Na sequência do sucesso deste instrumento de menor duração, a Nordea apresentou, no início deste ano, a estratégia European Covered Bond Opportunities. Apesar desta nova estratégia utilizar cobertura para reduzir consideravelmente o risco associado à duração, também limita a alavancagem e os derivados. Estas características permitem aos gestores da carteira explorar o potencial de alfa mediante incorporação ou exposição adicional de crédito.

O aspeto atrativo desta nova carteira é a flexibilidade adicional para tirar partido do conjunto de capacidades essenciais da equipa: a seleção de créditos no universo ineficiente das covered bonds europeias.

De facto, os spreads de crédito, que variam de forma constante, representaram historicamente cerca de 60% do alfa gerado pela estratégia European Covered Bond. Apesar do mercado de covered bonds europeias ter funcionado de forma inadvertida até à data, muitos investidores estão a começar a considerar os vários elementos atrativos desta classe de ativos. Para os investidores que procurem uma classe de ativos segura, mas com potencial de alfa otimizado, será difícil ignorar a proposta da nova estratégia European Covered Bond Opportunities da Nordea.

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